Violência Guarda suspeito da morte de menino em SP é indiciado por homicídio culposo O corpo de Waldik Gabriel foi sepultado ontem. Perícia realizada em veículo dirigido por adolescente constata que vítima não atirou

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 28/06/2016 08:42 Atualizado em:

A perseguição que resultou na morte de um garoto de 11 anos na Zona Leste de São Paulo trouxe revolta e indignação. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, classificou o acontecimento como desnecessário e injustificável. Waldik Gabriel Silva foi morto após uma perseguição, no bairro de Cidade Tiradentes, promovida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). Os agentes responsáveis pelos disparos foram afastados imediatamente e, na manhã de ontem, um deles foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ele pagou fiança e responderá em liberdade.

O garoto estava na companhia de outros dois jovens, um de 12 anos e outro de 14. Com eles, a vítima do disparo teria furtado um Chevette na região de Guaianases. “Só queríamos ir pra uma quermesse e curtir, ostentar”, afirmou um dos garotos. De acordo com depoimentos, uma viatura da GCM com três guardas foi acionada por um homem que havia acabado de ser roubado pelo grupo. Os adolescentes foram localizados pelos agentes. De acordo com a versão dos guardas, o carro não teria obedecido à ordem de parada e a perseguição foi iniciada. Um dos guardas atirou quatro vezes contra o carro. Um disparo acertou o vidro traseiro. Após o tiroteio, o veículo parou numa rua próxima a uma quermesse, de onde os outros dois adolescentes teriam fugido a pé. Os frequentadores da festa notaram que uma criança estava baleada agonizando dentro do carro. O menino ainda chegou a ser levado para um hospital da região, mas não resistiu.

O corpo de Waldik foi sepultado às 16 horas de ontem no cemitério Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo. A versão dos jovens foi confirmada pelo padrasto de Waldik, Sandro Mendonça, durante o velório do menino. “Não tinha adulto. Eram três moleques. Eles eram amigos. Chamaram para uma festa, mas ninguém sabia que iam roubar carro”, disse. Em entrevista à Rádio Estadão, na manhã de ontem, Fernando Haddad (PT) repudiou a ação da Guarda Civil Metropolitana.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL