Pesquisa Oito em cada dez brasileiros têm medo de morrer assassinados, diz Datafolha

Publicado em: 31/07/2015 17:49 Atualizado em:

Os moradores das cidades brasileiras têm medo de morrer assassinados. É o que constata pesquisa divulgada hoje pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando que essa é uma preocupação de 81% da população com mais de 16 anos.

A informação consta de levantamento encomendado pelo fórum ao Instituto Datafolha, e ouviu 1.307 pessoas em 84 municípios com mais de 100 mil habitantes, na última terça-feira. (28). A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

%u201CSessenta e três por cento das pessoas têm muito medo [de morrer assassinadas] e 49%, com medo, acham que podem ser vítimas já no próximo ano%u201D, disse o vice-presidente do fórum, Renato Sérgio de Lima, que apresentou os dados. %u201COu seja, temos uma população atemorizada%u201D, destacou.

Em 2012, o número de pessoas com medo de morrer assassinadas era menor. Naquele ano, levantamento semelhante do Datafolha em cidades com 15 mil habitantes mostrava que esse medo era de 65%, sendo que, em 2015, é maior entre mulheres, pessoas de cor preta e do Nordeste.

O levantamento também mostra que 62% da população tem medo da Polícia Militar, especialmente pessoas entre 16 e 24 anos, que recebem até dois salários-mínimos (68%) e são pretas (71%). No caso da Polícia Civil, o medo foi manifestado por 53% dos entrevistados, a maioria mulher. %u201CEssa é uma informação [sobre as policias] requer uma reflexão, destacou Renato de Lima.

Outro dado revelador foi a constatação que mais da metade dos brasileiros %u2013 52% - têm um conhecido ou parente que foi vítima de homicídio, e 20% deles já foi vítima de ameaça de homicídio. %u201CIsso diz que a população não está com medo à toa, a violência faz parte do cotidiano%u201D, pontuou.

Para enfrentar o problema, que coloca o Brasil na lista dos países que concentram homicídios no mundo e está no sétimo lugar em número de assassinatos na América Latina, segundo as Nações Unidas, a população quer ações integradas de governos que não passem por abordagens agressivas com suspeitos, conforme apontam também os dados do Datafolha.

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