Novo uso Em Taguatinga, boeing da TransBrasil vai virar um restaurante fast-food Modelos comprados em leilões ou caças que fizeram parte da FAB hoje chamam a atenção de motoristas e pedestres

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 11/03/2015 11:29 Atualizado em:

Em Taguatinga, Alexandre trabalha ao lado da aeronave da TransBrasil no qual funcionará lanchonete: "Tem gente que pergunta se vai levantar voo". Foto: Breno Fortes/CB/D.A. Press
Em Taguatinga, Alexandre trabalha ao lado da aeronave da TransBrasil no qual funcionará lanchonete: "Tem gente que pergunta se vai levantar voo". Foto: Breno Fortes/CB/D.A. Press

Eles chamavam a atenção no ar. Hoje, atraem olhares na terra. Os aviões fazem parte do cenário urbano e os curiosos de plantão observam cada modelo exposto pelas ruas de Brasília. São aeronaves para o transporte de passageiros e caças que viraram verdadeiros pontos turísticos. Alguns exemplares foram comprados em leilões de companhias falidas nos últimos anos. Em Taguatinga, o Boeing 767-200 da TransBrasil vai virar um restaurante fast-food. A inauguração será daqui a dois meses, mas já chama a atenção de quem passa pela Via Estádio. No começo da semana, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encerrou o programa Espaço Livre, que colocava à venda carcaças de aeronaves estacionadas em aeroportos brasileiros. Oitenta por cento das unidades foram removidas ou estão com o processo em andamento.

As peças da aeronave da TransBrasil, adquirida no ano passado em um leilão, ocuparam um terreno alugado à beira da pista por muito tempo. Nas últimas semanas, o avião quase todo montado virou uma atração turística. As fotos e as perguntas viraram rotina do vendedor Alexandre Ferreira de Souza, 33 anos, que se transformou em uma espécie de “guia turístico”. “É impressionante o que esse avião causa nas pessoas. Tem gente que chega a perguntar se ele vai levantar voo quando estiver pronto”, conta o rapaz, que trabalha numa floricultura ao lado da aeronave.

O novo dono do avião, o empresário de confecções Batista Almir Lopes, 50 anos, acredita que a lanchonete fará bastante sucesso com o público. O “aeroburger” de 65 toneladas surgiu de viagens que o empresário fez a Dubai e a Pequim. “As pessoas já estão interessadas antes de estar funcionando. Quando inaugurarmos, com certeza, vai ser bastante frequentado”, avalia o morador de Ceilândia.

A aeronave foi adquirida em um leilão de sucatas que ficavam no Aeroporto Juscelino Kubitschek. Para ser transportado para Taguatinga, o avião foi dividido em várias partes. Quase pronto, faltam apenas a conclusão da montagem das asas e encaixar o bico. Por dentro, as poltronas ainda serão recolocadas entre mesas. Os pilares que sustentam o boeing foram enterrados a 16 metros de profundidade e têm capacidade para suportar um peso de 200 toneladas.

Ainda em Taguatinga, um avião utilizado como táxi-aéreo também faz parte do acervo exibido pela cidade. Mesmo quem não gosta de estar nas alturas, como o pedreiro Cleonilton Pereira da Silva, 26 anos, admira a raridade exposta em frente a uma padaria drive-thru. “É muito legal passar por aqui e ficar olhando”, diverte-se o rapaz, que mora em Padre Bernardo (GO). A atendente do comércio garante que a repercussão é positiva. “Não há cliente que não pergunte. Alguns que já tenho mais intimidade dizem que vão me mandar para o Piauí viajando nele”, conta Marisa Cristina Santos, 25 anos.



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