Golpe Polícia investiga quadrilha suspeita de desviar R$ 5 milhões de bancos O grupo clonava contas-correntes para dar golpes em instituições bancárias e, em alguns casos, em pessoas físicas

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 26/01/2015 11:33 Atualizado em:

A Polícia Civil de Goiás investiga um esquema de fraudes pode ter desviado cerca de R$ 5 milhões em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Uma quadrilha clonava contas-correntes para dar golpes em instituições bancárias e, em alguns casos, em pessoas físicas.

O golpe foi descoberto depois que um homem, apontado como líder da quadrilha, foi preso em uma blitz no último sexta-feira (23/1). Com ele, foram apreendidos mais de R$ 7 mil em dinheiro, cartões de diversos bancos, vários documentos e uma arma com munição.

Segundo a investigação, para cometer o crime, o estelionatário tinha o apoio de outros suspeitos e de comerciantes. Na prática, uma pessoa cedia a conta bancária para a quadrilha fazer depósitos de quantias em dinheiro. Depois disso, o valor depositado era usado para pagar boletos de estabelecimentos comerciais.

Induzidos pelos criminosos, os titulares das contas-correstes se passavam por vítimas. Eles entravam em contato com os bancos alegando que o dinheiro da conta havia sito usado de forma indevida para pagar boletos desconhecidos. Mas, na verdade, eles tinham conhecimento do esquema e recebiam uma porcentagem pelo golpe. As instituições financeiras, então, restituíam os clientes.

Segundo o chefe da Delegacia de Polícia de Planaltina de Goiás, Cristiomário Medeiros, a quadrilha agia em outras unidades da federação, como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná. “O dinheiro era do ressarcimento e de indenizações era dividido entre os envolvidos”, explicou.

Prisão

Na sexta-feira, a prisão de um dos envolvidos na quadrilha, identificado como Eliaquens de Sousa Santos, aconteceu por volta das 23h. Ele foi encontrado em um veículo portando R$ 7 mil em espécie e uma pistola calibre 380. De acordo com o delegado Cristiomário Medeiros, no momento da abordagem, o acusado estava com um notebook ligado no programa de mensagens Skype, em uma conversa sobre bens bancários, o que causou desconfiança nos policiais.

A partir do celular de Eliaquens, a polícia conseguiu chegar até a casa onde estava um casal com quem ele conversava — os nomes não foram divulgados pela polícia, mas eles foram indiciados pelo crime de estelionato. “Também localizamos um comerciante da cidade que se encontraria com Eliaquens e estava portando R$ 2,6 mil”, garante Cristiomário.

A apuração inicial deu conta que Santander, Banco do Brasil e BRB possam estar entre as instituições financeiras lesadas com o golpe. “Ainda estamos investigando se há outras. Na segunda-feira, vamos entrar em contato com os bancos para que eles possam ajudar com a investigação”, afirma Cristiomário. Na casa onde o casal foi encontrado, haviam três veículos: um Ford Fusion, uma Chevrolet S-10 e um Hyundai Azera. “O Azera está financiado em nome de um falecido. Na casa, também encontramos um CNPJ no nome da mesma pessoa, que morreu vítima de homicídio. Vamos também investigar se a quadrilha não está envolvida nesse crime”, frisa o delegado.

Além do dinheiro, foram apreendidos na casa dois notebooks, duas TV’s de plasma, vários aparelhos eletrônicos, cheques em branco, além de artigos de grife, em um total próximo dos R$ 150 mil. “Havia também uma pequena quantidade de maconha e cocaína.” Cristiomário acredita que os envolvidos tenham ramificações em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Apesar das acusações, somente Eliaquens de Sousa Santos foi preso, acusado de porte ilegal de arma

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