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Bicicleta Contagem aponta que 2500 ciclistas trafegam diariamente pela Zona Norte do Recife Objetivo da ação é demonstrar a necessidade da implantação de uma ciclofaixa na Rua do Futuro

Por: Henrique Souza - Pernambuco.com

Publicado em: 26/03/2015 11:54 Atualizado em: 26/03/2015 12:26

A Rua do Futuro possui vagas de estacionamentos ao longo da via. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
A Rua do Futuro possui vagas de estacionamentos ao longo da via. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

A Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) realizou uma contagem do número de ciclistas que trafegam pela Zona Norte da cidade. A medição ocorreu no dia 18 de março (quarta-feira), na Rua do Futuro, na Avenida  Conselheiro Rosa e Silva e na Avenida Rui Barbosa, todas no cruzamento com a Avenida  Doutor Malaquias. A ação contabilizou 2,5 mil bicicletas das 6h às 20h.

O objetivo da contagem foi atentar para a demanda existente para a implantação de uma ciclofaixa na Rua do Futuro. A Ameciclo argumenta que além de atender o fluxo existente na via, os ciclistas que trafegam nas avenidas Rui Barbosa e Conselheiro Rosa e Silva também seriam atraídos para a faixa, já que ambas sofrem diariamente com grandes congestionamentos. Uma ciclofaixa bidirecional seria importante para a continuação da ciclovia existente na Rua Padre Roma, contribuindo para ligar vários bairros da Zona Norte ao Derby. Outro ponto identificado pela contagem é o grande número de usuários de bicicleta que anda na contramão ou na calçada, já que as quatro vias estudadas são de mão única.  

A proposta do grupo é retirar parte das vagas de estacionamento na Rua do Futuro para dar lugar a uma ciclofaixa. A associação argumenta que os 2,5 mil ciclistas trafegam no local em baixas condições de segurança, enquanto 200 automóveis ficam estáticos na via. O coordenador da Ameciclo, Daniel Valença, argumenta que embora o número de bicicletas não seja tão grande quanto em outras áreas, o cenário na Rua do Futuro é diferenciado. “Encontramos muitos adolescentes utilizando a bicicleta para irem para a escola. Embora isso também ocorra em outras ruas, o número de jovens que faz esse percurso sozinho, sem estar acompanhado da mãe ou do pai é maior”, conta. 

Daniel faz duras críticas à Prefeitura em relação à implantação do Plano Diretor Cicloviário, documento elaborado para garantir a implantação de uma rede de cicloviária no Recife. “A prefeitura divulgou uma nota onde prometeu rotas que não são as mesmas do plano, e nada está sendo feito até o momento. Isso só demonstra a falta de prioridade que os ciclistas sofrem na cidade. Qualquer projeto envolvendo usuários de bicicleta enfrenta uma burocracia maior. A justificativa para não implantar a ciclofaixa na Rua do Futuro é de que faltam estudos que viabilizem essa ação. Mas não acho que seja preciso realizar pesquisas para tirar os carros estacionados de lá. Quando o (viaduto) Capitão Temudo foi duplicado, não precisaram de nenhum levantamento, até se esqueceram de que o metrô passava por baixo do viaduto”, cobra. 

A Ameciclo já tem uma nova contagem programada para o mês de julho e outra ações planejadas para o ano. “Queremos realizar uma análise estrutura oferecida na cidade, tanto para quem trafega de bicicleta quanto para aqueles que utilizam o carro ou andam a pé. O objetivo é descobrir em qual das situações a infra estrutura é maior e a primeira rua será justamente a Rua do Futuro”, revela Daniel.

Segundo dados da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), cerca de 24 mil veículos trafegam por dia na Avenida Rui Barbosa, enquanto na Rosa e Silva esse número salta para 33 mil. Na Rua do Futuro, essa quantidade é desconhecida, pois a via não possui fiscalização eletrônica. 

Em nota, a CTTU afirmou que a ciclofaixa não está descartada, mas não há previsão para a implantação da ideia. Confira a nota completa:

"A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informa que uma ciclofaixa na Rua do Futuro não está descartada das possibilidades consideradas, no entanto, não há previsão de uma rota ciclável no local, uma vez que a implantação deste tipo de equipamento requer simulações e estudos de tráfego, que irão permitir encontrar a melhor solução para a localidade. Uma análise de toda a região está em desenvolvimento com uma visão mais ampla dessa via e de outras que ficam no entorno. Até 2016, a prioridade da CTTU é a conclusão dos projetos executivos e implantação das novas rotas cicloviárias já previstas, sendo as próximas na Avenida Antônio Curado e na Rua Inácio Monteiro, nos bairros do Engenho do Meio e Curado, respectivamente. As vias terão conexão entre si, através da rota ciclável já existente do Cavouco, formando uma malha cicloviária de cerca de 8 quilômetros. Essa é uma das premissas da Prefeitura do Recife, que pretende implantar 12 rotas cicláveis na cidade e formar uma malha cicloviária extensa, com 76 kms implantados até o fim da gestão. É importante lembrar que, das rotas previstas para serem implantadas, já estão ativas a Ciclofaixa Marquês de Abrantes, que faz a ligação entre os bairros do Rosarinho e Campo Grande, passando pela Encruzilhada e Hipódromo  e a Ciclofaixa Arquiteto Luiz Nunes, que liga a Avenida Caxangá à Lagoa do Araçá, que com as rotas já existentes, somam cerca de 34 kms de rotas exclusivas para ciclistas na cidade".

Abaixo você vê os dados da contagem realizada pela Ameciclo:

 




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