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Israel e Irã

Irã diz que Trump cessa a guerra com um telefonema e defende diplomacia

O ministro das Relações Exteriores do Irã reiterou que o seu país não começou esta guerra

Isabel Alvarez

Publicado: 16/06/2025 às 19:06

Fumaça sobe de uma explosão no sudoeste de Teerã em 16 de junho de 2025. A emissora estatal iraniana foi brevemente tirada do ar por um ataque israelense e explosões ecoaram por toda Teerã em 16 de junho, após uma barragem de mísseis iranianos matar 11 pessoas em Israel no quarto dia de uma guerra aérea em escalada. (Foto de ATTA KENARE / AFP)/ AFP

Fumaça sobe de uma explosão no sudoeste de Teerã em 16 de junho de 2025. A emissora estatal iraniana foi brevemente tirada do ar por um ataque israelense e explosões ecoaram por toda Teerã em 16 de junho, após uma barragem de mísseis iranianos matar 11 pessoas em Israel no quarto dia de uma guerra aérea em escalada. (Foto de ATTA KENARE / AFP) ( AFP)

Nesta segunda-feira (16), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que, se o presidente dos Estados Unidos quiser, pode deter a guerra entre Israel e o Irã com um único telefonema.

"Um único telefonema de Washington seria suficiente para amordaçar alguém como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e abrir caminho para o regresso da diplomacia", disse Araqchi.

"Se Donald Trump for sincero em relação à diplomacia e quiser interromper esta guerra, os próximos passos são óbvios. Israel precisa cessar a sua agressão. Se não houver uma cessação completa da agressão militar contra nós, as nossas respostas continuarão", alertou o chanceler iraniano.

Araqchi acrescentou que o ataque de Israel ao Irã e as mortes de centenas de civis inocentes são um fracasso em frustrar um acordo entre o Irã e os Estados Unidos, que admitiu estar até agora no bom caminho. A sexta reunião marcada no domingo em Omã, país que mediaria o diálogo entre as partes, foi cancelada. Entretanto, garantiu que as conversações com os americanos sobre um novo acordo nuclear só podem ser retomadas quando o país parar de ser bombardeado e indicou que Washington é a maior apoiadora e cúmplice do agressor. Além disso, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reforçou junto ao presidente francês, Emmanuel Macron que não aceitará exigências irracionais sob pressão e não se sentará à mesa de negociações enquanto o regime 'sionista' continuar com seus ataques.

"Netanyahu é um criminoso de guerra procurado que enganou um presidente norte-americano após outro para travar guerras durante quase três décadas. Está fazendo com que mais um presidente dos Estados Unidos e cada vez mais contribuintes norte-americanos pareçam completos idiotas", acusou o ministro.

A declaração de Araqchi nas redes sociais foi acompanhada por imagens de uma sessão com Netanyahu no Congresso dos EUA, em 2002, na qual o premiê israelense defendeu a necessidade de invadir o Iraque porque esse país pretendia adquirir a bomba atômica.

O ministro das Relações Exteriores iraniano reiterou que o seu país não começou esta guerra e não quer perpetuar o derramamento de sangue, prometendo ainda lutar orgulhosamente até a última gota de sangue para proteger o território e o seu povo.

Já Trump e o líder russo, Vladimir Putin Rússia, conversaram na véspera e concordaram que o conflito deve terminar, no entanto não especificaram como e quando a guerra chegaria ao fim. Nos últimos dias, Putin também revelou que conversou com os dirigentes do Irã e Israel, e sugeriu ser um possível mediador entre os dois lados.

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