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Groenlândia registra degelo 17 vezes mais rápido e maio foi o segundo mês mais quente da história

De acordo com o Observatório Europeu Copernicus, as temperaturas na terra e no mar voltaram a estar anormalmente elevadas

Isabel Alvarez

Publicado: 11/06/2025 às 15:39

Groenlândia /Olivier MORIN/AFP

Groenlândia (Olivier MORIN/AFP)

A Groenlândia registrou em maio temperaturas acima da média. A camada de gelo derreteu 17 vezes mais depressa. A onda de calor recorde afetou também a Islândia, aonde a temperatura chegou a ultrapassar os 26°C. O mês passado foi o segundo maio mais quente de que se tem registro, sendo apenas superado pelo mesmo mês em 2024.

Segundo o Observatório Europeu Copernicus, as temperaturas na terra e no mar voltaram a estar anormalmente elevadas, com uma média global de 15,79°C.

O Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus revelou que no mês de maio o calor ficou mais alto em todo o planeta, com muitas regiões que registrarem temperaturas acima da média, como vem ocorrendo há mais de dois anos. Os novos dados do Copernicus mostram que maio de 2025 foi o segundo maio mais quente no mundo, com uma temperatura média do ar à superfície de 15,79ºC, 0,53ºC acima da média de maio de 1991 a 2020. O mês foi 1,4ºC superior à média estimada para 1850-1900, usada para definir o nível pré-industrial. Este fato interrompe um período de 21 meses em 22 em que a temperatura média global esteve mais de 1,5ºC acima do nível pré-industrial.

"O mês de maio de 2025 quebra uma sequência sem precedentes de meses com mais de 1,5ºC acima do nível pré-industrial. Apesar disto oferecer uma breve pausa para o planeta, esperamos que o limite de 1,5ºC seja excedido novamente em um futuro próximo devido ao aquecimento contínuo do sistema climático”, afirmou Carlo Buontempo, diretor do Serviço do Copernicus, explicando que 21 dos 22 meses tinham anteriormente excedido este limiar simbólico, que marca o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris.

Em decorrência das alterações climáticas, muitos países, além disso, foram atingidos por condições de seca nos últimos meses. O Copernicus aponta ainda que a primavera teve recordes climáticos no Reino Unido e uma seca sem precedentes há décadas que atingiu a Dinamarca e a Holanda durante várias semanas. O tempo esteve mais seco do que a média em grande parte da América do Norte, da África e em toda a Ásia Central, assim como no sul da Austrália e da América do Sul.

O mês de maio também registrou temperaturas à superfície do mar anormalmente elevadas no Atlântico Nordeste, atingindo as mais altas que foram algumas vezes notificadas, de acordo com o Copernicus. Já os oceanos apresentaram o segundo mês mais quente da história recente, depois do mesmo período no passado. "Grandes áreas do nordeste do Atlântico Norte têm ondas de calor marinhas, com temperaturas de superfície recorde para o mês. A maior parte do Mar Mediterrâneo esteve muito mais quente do que a média", destaca o Observatório.

Na cúpula das Nações Unidas sobre os Oceanos, que acontece na cidade francesa de Nice, os especialistas afirmam que o calor nos mares pode causar as migrações e mortalidade em massa de espécies, degradarem os ecossistemas e reduzir a capacidade de mistura das camadas oceânicas entre o fundo e a superfície, dificultando a distribuição de nutrientes. “Os oceanos, que cobrem 70% da superfície da Terra, também atuam como um importante regulador do clima da Terra. As águas mais quentes dão origem a furacões e tempestades mais violentos, com a consequente destruição e inundações”, alertam.

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