Líder do Conselho Europeu considera que acordo UE-Mercosul deve ser concluído este ano
António Costa afirmou que espera que a assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul ocorra até dezembro
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou hoje que espera que a assinatura do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul ocorra até dezembro. “É um prazo muito curto. Mas vamos tentar fazer acontecer”, disse.
Costa na abertura da primeira edição do Fórum de Investimentos Brasil-UE, declarou que existe um sinal claro de que europeus e brasileiros não se resignam à incerteza da geopolítica que há no mundo de hoje. Segundo o líder da CE, o evento espelha um bom momento de confiança bilateral porque procura consolidar as relações econômicas como uma base sólida.
“O acordo com o Mercosul, que tem o Brasil em destaque, representa economias vibrantes, com recursos humanos modificados e infraestruturas e setores estratégicos para as transições energéticas e digitais. É este potencial agregado que o acordo UE-Mercosul representa, uma integração de grandes economias geradoras de novas oportunidades de investimento, fluxos comerciais, crescimento partilhado e prosperidades para os nossos cidadãos europeus", defendeu.
Se aprovado pelos membros de ambos os blocos, o acordo comercial irá consolidar a maior zona de comércio livre global, representando mais de 20% do PIB mundial e beneficiando 720 milhões de cidadãos.
Costa acrescentou que ao eliminar 90% das tarifas aduaneiras, o acordo pode reformar as duas regiões como epicentro geoeconômico do comércio e dos investimentos globais. Além de que o governo brasileiro estima que as exportações do país para a Europa possam crescer 10% dentro de quatro anos, uma vez que abarca mais de 240 produtos sem imposição tarifária.
"De modo mais abrangente, o impacto do crescimento das trocas comerciais está estimado acima de 30% até 2035, com efeito estabilizador das regras da economia global em tempos de disputa das suas virtudes e de tentativas unilaterais e protecionistas. A confirmação do acordo será, por isso, um fator de mudança para as economias europeias e sul-americanas, mas também uma mensagem muito importante para o mundo", indicou.
A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, o segundo maior destino de produtos manufaturados brasileiros e as empresas do bloco representam 35% do total de investimento direto estrangeiro no país sul-americano. Já a Europa é o primeiro destino do investimento brasileiro no exterior. De acordo com Costa, isso resultou num crescimento de 65% no comércio bilateral nos últimos cinco anos.
"A nossa agenda comum inspira qual deve ser a nossa prioridade. Aquilo que é a transição energética, a transição digital, o combate às alterações climáticas devem ser motores da nossa competitividade, do nosso investimento, da nossa cooperação tecnológica e do nosso desenvolvimento", apontou.