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Tempos sombrios: Sport encara reta final do Brasileirão com incertezas e sem reação

Restando nove jogos, o Leão amarga 99,95% de chances de rebaixamento

Por Gabriel Farias

Elenco do Sport em partida na Ilha do Retiro

A reta final da Série A do Campeonato Brasileiro tem sido angustiante para o torcedor do Sport. Lanterna da competição com apenas 17 pontos, o Leão da Ilha vive um dos momentos mais delicados de sua história. Faltando nove rodadas para o fim do campeonato, as chances de rebaixamento são de 99,95%, e o futebol apresentado em campo não inspira qualquer esperança.

 

A distância para o Juventude, 19º colocado, é de nove pontos. Para sair da zona de rebaixamento, o Sport precisaria alcançar o Santos, atualmente o primeiro time fora do Z-4, que soma 32. O abismo técnico e emocional entre o Leão e os rivais diretos retrata a realidade dura: a permanência na Série A é praticamente impossível, ainda que, matematicamente, o time siga respirando por aparelhos.

RETA FINAL DO CAMPEONATO BRASILEIRO

A sequência que resta na competição não oferece alívio. No próximo sábado (1º), o Sport encara o Flamengo, vice-líder e postulante ao título, no Maracanã. Um confronto em que outro tropeço já é previsto pela torcida rubro-negra. A equipe ainda enfrentará novamente o Flamengo, em jogo atrasado da 12ª rodada, na Arena de Pernambuco, dia 15 de novembro, duelo que gerou grande insatisfação dos torcedores pela venda da partida.

Além dos cariocas, o Sport terá pela frente Atlético-MG (casa), Grêmio (casa), Botafogo (fora) e Bahia (fora), adversários mais distantes do Z-4. Por outro lado, enfrentará Juventude (casa), Vitória (casa) e Santos (fora), concorrentes diretos na luta contra o rebaixamento. Serão cinco jogos em casa e quatro fora, mas nem o mando de campo tem sido um trunfo: o time só venceu uma vez na Ilha do Retiro pelo Brasileirão.

Fora a pior campanha da era dos pontos corridos da Série A, que pertence à Chapecoense, com apenas 15 pontos, em 2023, ainda assim, o desempenho do Sport figura entre os piores da história recente do torneio. Em 2007, o América-RN somou os mesmos 17 pontos atuais do Rubro-Negro. Já em 2013, o Náutico encerrou o campeonato com 20 pontos, mesmo número alcançado pelo Avaí em 2019. Mais recentemente, em 2022, Juventude e América-MG terminaram com 22.

FUTURO DE DANIEL PAULISTA 

Fora das quatro linhas, o clima é igualmente turbulento. O técnico Daniel Paulista deixou o futuro em aberto após a derrota para o Mirassol por 2 a 1, no último sábado (25), em casa. Em tom melancólico, o treinador afirmou que já tomou uma decisão sobre sua permanência para 2026, o que soou mais como uma despedida do que uma reflexão. O contrato de Daniel vai até o fim do Brasileirão, mas não há garantia sequer de que ele permanecerá até lá.

"Eu passei esses dias refletindo muito sobre tudo o que tem acontecido por não só em relação ao clube, mas em minha carreira como profissional, e acho que isso tem que ser levado muito em consideração. Tenho uma decisão tomada com relação ao gerenciamento da minha carreira. Eu hoje não vou expor isso publicamente, pois não expus para a nossa diretoria", declarou o técnico, evitando se aprofundar.

A fala reforça a atmosfera de incerteza que paira sobre a Ilha do Retiro, onde a indefinição sobre o futuro técnico e o planejamento para 2026 são tão preocupantes quanto a má fase em campo.

CRÍTICAS À DIRETORIA RUBRO-NEGRA

Há duas rodadas, Daniel já havia admitido que o Sport precisa pensar no próximo ano. Com o rebaixamento praticamente consumado, o treinador ressaltou a necessidade de "tomar decisões" e projetar uma reconstrução. A situação é agravada por atrasos salariais no departamento de futebol, que afetam o ambiente interno.

Independentemente da permanência do atual comandante, a gestão rubro-negra terá de enfrentar um processo de reconstrução profunda. O ciclo que se desenha parece encerrado, e o desafio de 2026 será não repetir os erros cometidos em 2025. O torcedor, cansado de promessas e de discursos vazios, clama por planejamento, transparência e profissionalismo.