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Yuri Romão justifica acordo do Sport por jogo com o Flamengo na Arena: "Proposta era firme"

Presidente rubro-negro defende que não teria como abrir mão dos valores e cita riscos estruturais na Ilha do Retiro

Por Redação

Yuri Romão, presidente do Sport

O presidente do Sport, Yuri Romão, respondeu, pela primeira vez, as questões envolvendo a venda do jogo contra o Flamengo, atrasado e válido pela 12ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, saindo da Ilha do Retiro para a Arena de Pernambuco.

 

Em entrevista à Rádio Jornal, o dirigente detalhou as negociações com a empresa responsável pelo acordo, justificou a decisão pelo aspecto financeiro e estrutural da Ilha, e reconheceu que houve falha na comunicação com o torcedor. Segundo Yuri, o Sport recebeu diversas propostas ao longo do ano, desde abril, para disputar partidas fora do Recife, mas o clube sempre recusou.

"Eu não tive contato, praticamente nenhum, com as pessoas. Inclusive a um deles disse que iria bloquear porque não queria vender jogo. Os primeiros contatos não foram poucos e era de vender pacote para jogar fora do Recife e isso eu não vou. Eram 4 a 8 milhões para fazer jogos fora, isso lá atrás. Eram sempre três jogos que eles me pediam: contra Flamengo, Vasco e Santos. Na verdade quatro, porque teve outro que envolvia o Corinthians. E eu disse 'não'. Através da gestão, de pessoas do nosso grupo, chegou uma proposta firme, se não me engano de 2 milhões e meio por um jogo na Arena, e foi aí que negociamos e dissemos: 'se oferecer 3 milhões livres na Arena, eu acho que vale a pena'", revelou o presidente.

Realidade financeira do Sport não deixaria abrir mão dos valores

Yuri Romão explicou que a decisão foi tomada com base em uma análise técnica e financeira, destacando que o clube já havia mandado jogos na Arena em outras ocasiões sem retorno econômico. Para o mandatário, a realidade do clube não permite abrir mão de receitas significativas. 

"A análise foi: dos seis últimos jogos que fizemos com o Flamengo, quatro foram na Arena e sem receber nada. O jogo do Corinthians, na melhor das hipóteses, a gente vendeu 1 milhão e 700 mil, e os custos são altíssimos, de INSS, Federação... e ficamos com cerca de 1 milhão e 200 mil, que é um jogo do mesmo tamanho do que contra o Flamengo", iniciou.

"O Sport não está em condições de abrir mão de 1 milhão e 800 mil. Estou aqui para apontar caminho e tomar decisões. Qual foi o erro? A comunicação", completou.

Acordo por jogo na Arena ainda sem conhecer a data do confronto

O dirigente reforçou que o imbróglio sobre a data da partida também dificultou o processo e alimentou a insatisfação dos torcedores.

A mudança do jogo para a Arena de Pernambuco foi confirmada pela CBF, após acordo entre o Sport e uma empresa privada. O jogo contra o Flamengo, originalmente marcado para o dia 13 de novembro, foi transferido para o dia 15, data que, coincidentemente, marca também o aniversário de 130 anos do rubro-negro carioca.

Em contrato, está previsto que a torcida do clube carioca possa assistir ao jogo nos setores Norte Superior e Norte Inferior. O Sport comunicou que estão assegurados: a participação do clube leonino na operação do jogo, setorização tradicional da Arena de Pernambuco, torcida ocupando os setores habituais, check-ins para os sócios e participação na definição da precificação dos ingressos.

"De fato, não tínhamos data, não sabíamos quando iria ser o jogo. Esse jogo foi confirmado no último dia 16. Estamos nessa polêmica há quase um mês. Erramos, estou dizendo isso, mas como vamos dizer que vendemos o jogo se não sabíamos quando ele iria ocorrer? E se não tivéssemos a oportunidade de fazer o jogo na Arena, eu teria que devolver o dinheiro e iria receber o nome de ‘incompetente’. O torcedor gosta? Não, e dou toda a razão a ele. Nós temos problemas de transporte coletivo para ir à Arena, não é a casa deles, muito embora as recordações sejam muito melhores do que a Ilha do Retiro."

De acordo com o presidente do Sport, Ilha do Retiro não comporta partidas desse nível

Em tom firme, Yuri Romão também alertou para os riscos estruturais da Ilha do Retiro, afirmando que o estádio não comporta mais jogos de grande porte. 

"A Ilha do Retiro não comporta mais jogos do tamanho do Corinthians, Santos e Flamengo. Não comporta. Qualquer dirigente que sentar nessa cadeira, colocar o CPF, poderá no dia seguinte ao jogo sair daqui algemado, porque pode haver uma desgraça aqui dentro. Ele é o responsável, por uma questão estrutural da Ilha, que tem 88 anos. Não conseguimos colocar a capacidade toda, isso está claro", iniciou.

"A gente teve problema com o Corinthians, quase tivemos no jogo com o Santos. A imprensa tem que defender isso inclusive, porque se acontece uma catástrofe aqui, a morte de uma pessoa ou mais de uma, algo grave, é péssimo para o Sport e para o futebol de Pernambuco", finalizou.