Beto Lago: 'Desempenho em campo apaga a noite mágica que a torcida coral promoveu na Arena'
O Santa Cruz empatou em 1 a 1 com o Altos-PI pela primeira partida das oitavas de final da Série D, agora decidirá o mata-mata no Estádio Felipão
Decepção
A torcida do Santa Cruz compareceu em peso, com mais de 42 mil apaixonados lotando a Arena de Pernambuco. A expectativa era de uma noite mágica, repleta de vibrações positivas, com todos apostando em uma vitória promissora neste primeiro mata-mata contra o Altos. Contudo, ao apito final, o clima de festa deu lugar à decepção: o jogo terminou empatado em 1x1, e agora tudo ficará para o decisivo segundo encontro, programado para domingo, no Piauí. Novamente, o time do técnico Marcelo Cabo não fez um bom jogo. Após um início empolgante, com o gol de cabeça de William Alves aos 10, o Altos cresceu e foi superior na primeira fase, explorando o lado esquerdo do time coral e os espaços no meio-campo. O time piauiense era rápido na troca de passes e em, pelo menos, três chances o goleiro Rokenedy impediu a meta ser vazada.
Para o segundo tempo, Marcelo Cabo foi buscar mais força na marcação. Colocou Pedro Favela no lugar do apagado Gabriel Galhardo. Além disso, inverteu Renato e Geovany. Até que conseguiu nos primeiros minutos anular o time piauiense e Renato teve duas grandes oportunidades: uma Careca fez uma grande defesa e em outra, sozinho, colocou para fora. Mas, aos 29, em um contra-ataque bem armado, o Altos empatou, com Mikael, de peito, dentro da área coral. O time coral sentiu. Não produziu mais nada e mesmo com várias mudanças, pouco rendeu ofensivamente. Ao final da partida, os torcedores deixaram a Arena com o sabor amargo da insatisfação, frustrados com o desempenho exibido na Arena. A decisão segue em aberto. A disputa agora será no acanhado Lindolfo Monteiro.
Cinzas no gramado do Arruda
No programa Léo Medrado & Traíras, o ídolo tricolor, Birigui, revelou um desejo que diz muito sobre o que significa ser parte da história de um clube. O ex-goleiro já deixou avisado: quer que suas cinzas sejam lançadas no gramado do Arruda. Não é apenas um gesto simbólico. É a prova de um amor sem medidas ao Santa Cruz, que ele ajudou a colocar em evidência no cenário local e nacional.
Cadê as fotos dos ídolos?
Por outro lado, dói ver o descaso. Birigui se entristeceu ao notar que na sala de troféus do Santa Cruz não estão mais sua foto, nem a do companheiro Luiz Neto, outro paredão coral. O mesmo Birigui que, mesmo distante, fez questão de vir ao Recife para incentivar o time nesta luta pelo acesso. Quando será que os clubes vão aprender? Ídolo não é “ex-jogador”. Ídolo é ativo, é símbolo, é marketing, é elo cultural entre gerações. Manter viva essa memória é dever institucional.
Transparência e Fair Play Financeiro
Sobre o Fair Play Financeiro, defendo uma medida simples: obrigar clubes – sobretudo os que possuem SAF – a apresentar, antes da temporada, um plano operacional/financeiro. Nele, detalhar quanto será gasto em contratações, salários, categorias de base e comissões técnicas. Essas informações deveriam estar abertas em um Portal da Transparência, acessível a todos, vinculado à CBF ou a um órgão fiscalizador independente. Só assim se cria um futebol mais equilibrado, profissional e confiável.