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Economia
TAXA DE JUROS

Copom eleva taxa de juros para 15% ao ano e crédito deve ficar cara para o consumidor

Elevação da taxa de juros básico da economia em 15% ao ano foi a sétima seguida de juros básicos

Thatiany Lucena

Publicado: 18/06/2025 às 22:17

Edifício-Sede do Banco Central do Brasil/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Edifício-Sede do Banco Central do Brasil (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (18), aumentar a Taxa Selic de juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. De acordo com o economista e planejador financeiro, Danilo Miranda, a alta dos juros deve refletir na elevação do custo do crédito e reduzir o consumo das famílias.

O economista aponta também que, com o crédito mais elevado, ocorre ainda um risco maior de aumento da inadimplência. “Se o devedor sempre está tomando crédito, usando cheque especial e pagando juros, e os juros sobem, ele tende a ficar numa situação que não consiga mais pagar”, afirma.

Apesar de aumentar o risco de inadimplência, Danilo destaca que a medida do Banco Central é necessária para combater a inflação que está acima da meta no Brasil.

Segundo Miranda, embora o mercado ou parte dele achasse que o Banco Central pudesse manter a Selic em 14,75% ao ano, já estava dentro da programação chegar até 15%. Esta foi a sétima alta seguida de juros básicos. Inclusive, o BC já adiantou que, caso a medida consiga conter a inflação, deve interromper o ciclo de alta de juros para avaliar a situação.

Em comunicado, o Copom trouxe as expectativas atualizadas do Banco Central sobre a inflação. O BC prevê que o IPCA acumulado em 12 meses chegará a 4,9% em 2025 (acima do teto da meta) e 3,6% no fim de 2026.

Miranda aponta, porém, que as últimas medidas do governo federal não serviram para conter a inflação, e que poderia ser o corte de gastos. “Diferente disso, o que observamos é o governo querendo taxar mais. Recentemente, o governo lançou uma medida provisória, por exemplo, aumentando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para quem vai viajar, para quem vai fazer algum pagamento no exterior e que investem em previdência privada”, analisa.

O planejador financeiro projeta também que, para os próximos meses, a expectativa é de um cenário mais positivo, caso a inflação comece a convergir para a meta, no final do ano, a mudança do ciclo de juros pode se tornar uma realidade. “Olhando para a frente, o próximo ano pode ser um ano melhor nesse sentido para crédito, para a perspectiva de investimento, para a média e pequena empresa que precisa de crédito”, disse.

(Com Agência Brasil)

 


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