Dia Mundial sem Tabaco alerta sobre os malefícios do cigarro
Cerca de 37 milhões de adolescentes entre 13 e os 15 anos consomem cigarro no mundo, sendo ele ainda o responsável pela morte de um em cada 10 adultos, segundo a OMS
Publicado: 31/05/2025 às 10:00

Mulher segurando um cigarro aceso (Freepik)
Este sábado (31) assinala o Dia Mundial Sem Tabaco, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar e alertar a população sobre os malefícios do tabagismo e as doenças e mortes evitáveis que estão relacionadas ao cigarro.
A campanha global visa também incentivar as políticas públicas para reduzir o consumo e busca oferecer apoio às pessoas que desejam parar de fumar, além de advertir sobre as estratégias da indústria do tabaco para atrair novos consumidores, especialmente os jovens. Neste ano, um dos focos da mobilização são os produtos com nicotina altamente viciantes usados pelos fabricantes.
Cerca de 37 milhões de adolescentes entre 13 e os 15 anos consomem cigarro no mundo, sendo ainda atualmente o responsável pela morte de um em cada 10 adultos, estima a OMS.
Além disso, o impacto nocivo da indústria do tabaco promove amplos danos ao meio ambiente.
Segundo dados da OMS, o cigarro mata mais de 8 milhões de pessoas por ano e está diretamente relacionado a mais de 50 doenças, incluindo câncer de pulmão, enfisema pulmonar, bronquite crônica, doenças respiratórias e cardiovasculares e AVC. No Brasil, o cigarro causa cerca de 10% das mortes registradas por ano e o desafio é grande, especialmente com a popularização dos cigarros eletrônicos e narguilés, altamente prejudiciais à saúde.
As pesquisas comprovam que parar de fumar traz benefícios quase imediatos: em 20 minutos, a pressão arterial e os batimentos cardíacos já se normalizam; em 24 horas, o risco de um ataque cardíaco começa a diminuir; e, após um ano, o risco de doenças coronarianas cai pela metade.
Fumante X Cirurgia
Mas, além de todas as doenças que o fumo pode desencadear, existem problemas que poucos têm conhecimento. O cigarro é extremamente prejudicial para aqueles que precisam se submeter a cirurgias eletivas, uma vez que as de urgências impedem uma interrupção programada.
De acordo com o Dr. André Eyler, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons, nas intervenções cirúrgicas o paciente que é fumante eleva os riscos e intercorrências. Estudos mostram que fumantes têm até o dobro de risco de complicações cirúrgicas em comparação aos não fumantes. Por isso, é altamente recomendado que o paciente pare de fumar, pelo menos algumas semanas antes da cirurgia, para melhorar sua recuperação e reduzir os riscos associados.
“É prerrogativa suspender o tabaco pelo menos um mês antes de uma cirurgia. Fumar compromete a circulação sanguínea e reduz a oxigenação dos tecidos, o que prejudica a cicatrização e aumenta o risco de infecções e necroses no pós-operatório. Além disso, substâncias presentes no cigarro afetam a resposta do sistema imunológico e podem levar a complicações respiratórias durante e após o procedimento anestésico. O tabagismo também está associado à maior incidência de tromboses e problemas cardiovasculares no período cirúrgico”, explica o médico.
O cigarro ainda provoca o envelhecimento precoce e parar de fumar traz benefícios a pele, o maior órgão do corpo. Os efeitos no corpo começam menos de 12h após a suspensão, pois ocorre gradativamente o aumento do nível de oxigênio no sangue. O resultado efetivo é mais aporte na absorção de nutrientes essenciais ao tecido cutâneo, que circulam no organismo através do sangue.
Além disso, o tabagismo contribui para a desidratação, aumenta a perda de água por meios da camada mais superficial da pele, a epiderme, e promove a degeneração do colágeno e das fibras elásticas, responsáveis pela sustentação da pele, deixando-a sem força e elasticidade. “Essas substancias são essenciais para a saúde dos ossos e articulações. O colágeno é uma proteína que forma a matriz dos ossos e cartilagens, proporcionando resistência e flexibilidade. Já a elastina contribui para a flexibilidade e elasticidade dos tecidos, incluindo os que envolvem as articulações. O fumo ainda estimula a produção de radicais livres, um dos principais fatores que favorecem e colaboram para o envelhecimento celular, dos tecidos e órgãos”, afirma o Dr. Eyler.
O especialista aponta que no período de um a três meses após parar de fumar, a circulação sanguínea começa a mostrar significativas melhorias, os níveis de nutrientes são restituídos e controlados os danos causados pela oxidação, resultado da inflamação das células.

