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Com recorde de usuários, quem ainda não usa PIX?

Estudo revelou que 76,4% dos entrevistados utilizam o sistema, superando o dinheiro em espécie, que ainda é usado por 68,9% dos brasileiros
Por: Ecio Costa

Publicado em: 09/12/2024 07:14

O Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Um levantamento do Banco Central, realizado com mais de 1.000 pessoas e 1.000 estabelecimentos, revelou que 76,4% dos entrevistados utilizam o sistema, superando o dinheiro em espécie, que ainda é usado por 68,9% dos brasileiros. Esse percentual de 76,4% representa um aumento em relação ao levantamento anterior, de 2021, quando era de 46,1%. Já o uso de dinheiro em espécie caiu de 83,6% em 2021 para 68,9% em 2024. O dinheiro em espécie também ficou atrás do cartão de débito, cujo uso subiu de 61,7% para 69,1% no mesmo período. Em 2021, a utilização do Pix era de apenas 46,1%, o que demonstra um crescimento significativo.

Além disso, o estudo mostrou que cada vez mais pessoas recebem seus pagamentos diretamente em contas bancárias, com esse percentual crescendo de 53% em 2021 para 72% em 2024. Paralelamente, a frequência de uso do dinheiro em espécie caiu. Entre os entrevistados, o percentual de pessoas que afirmaram usar dinheiro em espécie com pouca frequência passou de 46,5% para 54,3%. Esses dados evidenciam que a digitalização dos meios de pagamento está avançando de forma consistente.

Quando se observa o uso frequente do Pix, ele é a preferência de 46,1% dos entrevistados. Em seguida, aparece o dinheiro, com 22%, e, em terceiro lugar, o cartão de débito, com 17,4%. Quanto ao perfil dos usuários, os mais jovens são os que mais utilizam o Pix. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, 56,1% não utilizam o Pix, enquanto na faixa etária de 25 a 34 anos, 91,2% utilizam o sistema como meio de pagamento.

Em termos de renda, o Pix é mais utilizado por quem recebe mais de 10 salários mínimos, com uma adesão de 91,7%. Por outro lado, entre aqueles que recebem até 2 salários mínimos, 32,2% afirmaram não usar o Pix. Já o dinheiro em espécie é mais comum entre as pessoas com mais de 60 anos (72,7%) e entre aqueles que recebem até dois salários mínimos (75%).

Os dados mostram que o uso do Pix continua crescendo em ritmo acelerado, contribuindo para a maior adoção de meios de pagamento eletrônicos. Embora existam preocupações com fraudes, a praticidade proporcionada pelo sistema tem impulsionado sua popularidade. Os poucos que ainda não usam o PIX têm os mesmos tipos de problemas sociais que o Brasil apresenta, como falta de saneamento básico ou acesso à internet. Em geral, são pessoas com rendas mais baixas, moram na área rural, menos educadas e, boa parte delas, têm idade avançada. Os desafios para essa população poder acessar esse avanço tecnológico são os mesmos do acesso à educação, melhorias nas condições de vida e de renda.

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