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Os ricos ficaram mais ricos

Publicado: 31/07/2023 às 08:00

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Agora ficou mais difícil estar entre os 1% e 0,1% mais ricos no Brasil. O Censo de 2022 revelou informações valiosas sobre a distribuição de riqueza no Brasil, permitindo traçar um mapa detalhado dos mais abastados do país. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou um levantamento combinando dados do censo com a PNAD Contínua e informações do imposto de renda pessoa física fornecidas pela Receita Federal, o que tornou os resultados mais precisos.

Anteriormente, os dados coletados pela PNAD Contínua subestimavam a riqueza dos 1% mais ricos, indicando uma renda média de R$ 16 mil por mês. Para o núcleo do 0,1% mais rico, esse valor chegava a R$ 31 mil por mês. No entanto, o novo estudo revelou números significativamente maiores. O 1% mais rico possui uma renda média mensal de R$ 27 mil, enquanto o 0,1% mais rico ganha acima de R$ 95 mil por mês, ou seja, quase o dobro e mais que o triplo dos valores anteriores, respectivamente.

Considerando os dados mais recentes do censo demográfico 2022 divulgados pelo IBGE em junho, o 1% da população mais rica é composto por pouco mais de 2 milhões de pessoas, enquanto o 0,1% representa 203 mil pessoas, um número bastante reduzido, que poderia até lotar o Maracanã em seus tempos áureos, lembrando que o estádio atualmente tem capacidade limitada a 80 mil torcedores.

Além das rendas, o estudo também analisou o patrimônio dos ricos e super ricos. Para os 1% mais ricos, o patrimônio é de R$ 4,6 milhões por pessoa, considerando apenas maiores de 18 anos. Já para o 0,1%, esse valor aumenta para R$ 26,2 milhões por pessoa.

O recorte adicional realizado pela FGV incluiu a faixa de 0,01% dos mais ricos do país. Essa elite da elite, composta por pouco mais de 20 mil brasileiros, possui um patrimônio de impressionantes R$ 151,5 milhões por pessoa.

Metade do patrimônio desses mais ricos é constituído por imóveis, que são o principal ativo das pessoas abastadas, seguido por ações de empresas e automóveis. É importante ressaltar que os valores declarados no imposto de renda muitas vezes são subestimados para evitar maior tributação, o que significa que esses números podem ser ainda maiores na realidade.

Esses dados revelam uma profunda desigualdade na distribuição de riqueza no Brasil, destacando a concentração de recursos em uma parcela muito pequena da população, enquanto a maioria enfrenta desafios econômicos significativos. Os dados do Censo de 2022 ainda trarão mais informações importantes sobre a composição das famílias.
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