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Desigualdade em 2022 foi a menor da série histórica
Por: Ecio Costa
Publicado em: 15/05/2023 08:28
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Foto: IBGE / Divulgação |
O IBGE divulgou que a desigualdade no Brasil, ou seja, a diferença de renda entre os que ganham mais e os que ganham menos, teve um recuo significativo em 2022, caindo para o menor nível da série histórica iniciada em 2012. O recuo se deveu aos impactos do Auxílio Brasil e ao aumento do nível de emprego, segundo o IBGE. A série histórica apresentada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) iniciou em 2012.
Com o aumento do Auxílio Brasil e a melhora do mercado de trabalho, a desigualdade de renda, medida pelo rendimento domiciliar per capta no Índice de Gini, caiu de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade no país. O resultado também ficou abaixo de 2019, quando estava em 0,544, antes da pandemia.
O indicador reflete o aumento do rendimento médio mensal real domiciliar per capita em todas as classes de rendimento e houve esse crescimento em quase todas as faixas de renda. A única exceção veio do grupo do 1% mais ricos, que teve um recuo de 0,3%.
O crescimento se deu de forma mais intensa nas faixas mais pobres da população, reduzindo assim a desigualdade. Entre os 5% mais pobres, a renda média mensal per capita foi de R$ 87,00 em 2022. O resultado representou uma expansão de 102,3% em relação aos R$ 43,00 de 2021. Na faixa entre os 5% e os 10% com menores rendimentos, o aumento foi de 47,5%, indo para R$ 239,00. Na média Brasileira, o rendimento médio mensal real domiciliar per capta chegou a R$ 1.586,00. O valor representou uma alta de 6,9% em relação a 2021, quando estava no seu menor valor da série histórica (R$ 1.484,00). O Nordeste ainda apresenta a menor renda (R$ 1.011,00). Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% para R$ 339,6 Bilhões.
O aumento do Auxílio Brasil para R$ 400,00 e, depois, R$ 600,00 no 2º semestre, impactou muito para que a diminuição da desigualdade acontecesse. Ao longo de 2022, a recuperação do emprego se deu de forma muito forte também e a taxa de desemprego encerrou 2022 em 7,9%.
O desafio é saber se essa melhoria vai continuar a partir de agora. O valor do Bolsa Família continua em R$ 600,00, mesmo valor do Auxílio Brasil, com auxílios adicionais que foram incorporados ao programa, o que deve ajudar, apesar da inflação. Por outro lado, a taxa de desemprego desde o início do ano só tem subido, chegando aos 8,8% no trimestre encerrado em março, que deteriora a massa de rendimentos dos assalariados.
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