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Vício em dopamina: o perigo invisível da busca pelo prazer

A busca incessante por prazer imediato, alimentada por notificações incessantes, comidas ultraprocessadas e infinitos feeds de redes sociais, revela um problema profundo: o vício em dopamina

Publicado em: 21/01/2025 11:25

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Vivemos em um mundo que parece ter sido projetado para sequestrar nossos cérebros. A busca incessante por prazer imediato, alimentada por notificações incessantes, comidas ultraprocessadas e infinitos feeds de redes sociais, revela um problema profundo: o vício em dopamina. Embora essencial para nos motivar e recompensar, essa substância química natural está sendo explorada por estímulos artificiais, aprisionando milhões em ciclos de compulsão e vazio.

A dopamina não apenas gera prazer. Ela é o gatilho que nos impulsiona a repetir comportamentos que o cérebro associa à recompensa. No entanto, em um ambiente hiperestimulante, nosso sistema de recompensa é sobrecarregado. Cada clique, like ou mordida em alimentos ultracalóricos provoca uma explosão artificial de dopamina, enganando o cérebro e nos empurrando para uma busca incessante por mais. O resultado é um sistema nervoso exausto e insensível, incapaz de encontrar alegria nas pequenas experiências do cotidiano.

Esse vício silencioso não se manifesta apenas em comportamentos compulsivos. Ele destrói a capacidade de concentração, alimenta a ansiedade e cria um abismo de insatisfação constante. Observem como estamos cada vez mais conectados, porém, nunca nos sentimos tão vazios, porque a sobrecarga de dopamina reduz drasticamente nossa habilidade de encontrar prazer em atividades simples, como conversar, passear ou até descansar.

Romper com esse ciclo tóxico exige coragem. Práticas como o detox de dopamina, que envolve períodos sem estímulos artificiais, oferecem um caminho para a recuperação. Trocar a busca por recompensas instantâneas por atividades que promovam prazer duradouro, como o aprendizado, a conexão humana e o autocuidado, é essencial para resgatar o equilíbrio mental e emocional.

Ignorar o impacto desse vício é perigoso, porque ele não apenas rouba nossa alegria, mas nos distancia de nossa humanidade. É preciso desacelerar, desligar os estímulos artificiais e redescobrir o valor das pequenas coisas que, um dia, fizeram nossos olhos brilharem e nos trouxeram paz. 


Baixa representatividade feminina nas capitais do Brasil
 
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As mulheres representam apenas 26,37% dos cargos de primeiro escalão nas capitais brasileiras, segundo um levantamento recente do jornal O Globo, publicado em 20 de janeiro de 2025. Apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas nas capitais: Emília Corrêa (PL), em Aracaju, e Adriane Lopes (PP), em Campo Grande. Esses dados destacam a desigualdade de gênero persistente nos espaços de poder.

Outro estudo relevante, o primeiro Censo das Secretárias, conduzido pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, com apoio da Fundação Lemann e Open Society Foundations, revelou que apenas 28% dos cargos de secretariado em governos estaduais e capitais são ocupados por mulheres. O levantamento, divulgado em outubro de 2024, analisou 698 órgãos estaduais e 536 municipais entre novembro de 2023 e março de 2024.

Especialistas apontam a falta de incentivos e políticas públicas voltadas para o fortalecimento da liderança feminina como os maiores desafios. Barreiras culturais, combinadas com dinâmicas que desvalorizam estilos de gestão mais inclusivos, perpetuam um ciclo de exclusão.

A baixa representatividade não é apenas uma questão de equidade, mas também de eficiência. Diversidade em lideranças promove decisões mais equilibradas. Assim,  investir na inclusão feminina é essencial para o progresso.


Os projetos no Senado que  buscam combater a violência contra as mulheres
 
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A violência contra as mulheres é uma realidade alarmante no Brasil e exige ações legislativas contínuas, para proteger as vítimas e responsabilizar os agressores. No Senado Federal, diversos projetos estão em análise com o objetivo de aprimorar o enfrentamento a essa grave questão social.

Um dos destaques é o Projeto de Lei 295/2024, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que propõe tornar o crime de dano decorrente de violência doméstica passível de ação penal pública. Isso significa que a investigação poderá ocorrer independentemente de denúncia formal da vítima, facilitando a responsabilização de agressores em um contexto onde muitas mulheres têm medo de registrar queixa.

Outro projeto em tramitação é o PL 1.168/2024, de autoria do senador Jorge Seif (PL-SC), que visa tornar inafiançável o crime de lesão corporal praticado em casos de violência doméstica. A proposta busca endurecer as punições, desestimulando a reincidência e ampliando a segurança das vítimas.

O Senado também aprovou o PL 501/2019, que estabelece a criação de planos de metas para o combate integrado à violência contra mulheres. Esses planos englobam ações de prevenção, atendimento humanizado e reeducação dos agressores, promovendo uma abordagem ampla e coordenada.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, mais de 1,2 milhão de mulheres foram vítimas de diferentes formas de violência, incluindo feminicídios e agressões físicas. Esses números evidenciam a urgência de medidas eficazes.

Os projetos em análise no Senado representam um passo importante para transformar essa realidade, garantindo que a luta contra a violência de gênero seja fortalecida por políticas públicas mais robustas e abrangentes. A aprovação dessas propostas pode oferecer esperança e dignidade para milhares de mulheres no Brasil.

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