PF cumpre 11 mandados em ação que apura venda de decisões no STJ
Esta é a quinta fase da Operação Sisamnes. O foco, agora, é um esquema de lavagem de dinheiro que envolve o STJ
Publicado: 13/05/2025 às 11:28

/Arquivo/Polícia Federal
Mais uma ação da Polícia Federal (PF) mira o esquema de de venda de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF cumpre, nesta terça (13), buscas e apreensões para apurar suspeitas sobre a compra de decisões judiciais.
Esta é a quinta fase da Operação Sisamnes, O foco, agora, é um esquema de lavagem de dinheiro criado para dissimular a origem ilícita de supostas propinas usadas para as negociações.
Entre os alvos estão empresários ligados a essas empresas, além de operadores financeiros e casas de câmbio usadas para dissimular a origem dos recursos.
A PF busca informações sobre os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino.
A Polícia Federal informa ter identificado uma "rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro" criada para evitar uma vinculação entre o agente corruptor e o servidor público corrompido.
Como foi
Ao todo, 11 mandados busca e apreensão são cumpridos. Também foi executado o bloqueio de de R$ 20 milhões.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), os investigados estão proibidos de deixar o país.
Na segunda-feira (12), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter preso o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô do escândalo de venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), como mostrou a coluna de Malu Gaspar.
Em março, a PF realizou uma outra fase da operação Sisamnes para investigar obstrução de Justiça, corrupção e violação do sigilo profissional relacionada ao vazamento de informações sigilosas do STJ.
A apuração identificou uma rede clandestina que monitorava e negociava o acesso privilegiado a essa informações consideradas sensíveis.
Segundo a PF, a atuação do grupo envolvia atrapalhar operações policiais deflagradas após decisões do STJ.
Mensagens apreendidas pela Polícia Federal na investigação mostram como teriam atuado assessores ligados a gabinetes de três ministros do STJ.
Os ministros do STJ não são investigados. Um dos diálogos envolve uma citação a um servidor que exerceu cargo em comissão de chefe de gabinete da ministra do STJ Isabel Galotti.
O nome foi citado em conversas de janeiro de 2020 entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano passado, tratando de cobranças que estariam sendo feitas por uma suposta venda de sentença.

