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Cinema de rua no Teatro Apolo, no Recife Antigo, deve voltar a funcionar até 2026

Em aditivo publicado neste mês, Prefeitura do Recife prevê investimentos para retomar sessões de cinema no Teatro Apolo.

Por Camila Estephania

Teatro Apolo foi inaugurado em 1846.

Desde 2016, o Teatro Apolo, que fica no Bairro do Recife, está sem sessões de cinema em sua programação por questões técnicas. No entanto, essa realidade pode estar prestes a mudar após atualização, feita neste mês, do Convênio nº 0001/2024, celebrado entre a Secretaria de Cultura do Recife (Secult) e a Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR).

A princípio, o convênio previa a popularização de sessões de cinema apenas no Teatro do Parque. Um termo aditivo para incluir o Teatro Apolo, no entanto, foi publicado na edição do Diário Oficial do Recife de 13 de setembro.

Ao todo, são previstos R$ 2.535.817,97. Os recursos são oriundos do Governo Federal, por meio da Lei Paulo Gustavo, e devem ser executados até o final de 2026.

Procurada pelo Diario de Pernambuco, a Prefeitura do Recife respondeu, por meio da Secult, que o acordo prevê, mais especificamente, a requalificação arquitetônica e a aquisição de materiais e maquinários para os dois equipamentos culturais, com objetivo de retomar a programação audiovisual também no Apolo.

Cinema de rua

Segundo o órgão, a gestão municipal está em fase de elaboração de projetos técnicos, para a realização dos processos licitatórios. “Sobre o Apolo, será mais uma sala de cinema de rua que volta a abrir as portas, numa estratégia clara de ampliação da oferta de programação de audiovisual acessível e destinada a diversos perfis de públicos”, diz a Secult.

Questionada por mais detalhes sobre a proposta da programação, como a regularidade das sessões, a Secult respondeu que o assunto será debatido apenas após a readequação do espaço para a projeção cinematográfica.

Em relação ao Teatro do Parque, que atualmente tem sessões apenas durante festivais e lançamento de filmes, a pasta afirma que a administração municipal tem o objetivo de ampliar a oferta no espaço.

Porém, o movimento deve ser feito sem deixar de contemplar outras linguagens, como a música e as artes cênicas, para que o equipamento cumpra a missão de atender às variadas necessidades do público e da classe artística. Segundo o texto, o debate sobre a programação do Apolo deve considerar as mesmas questões.

História

As primeiras sessões de cinema do Apolo aconteceram a partir de 1996, após reformas de modernização realizadas com apoio da Fundação Roberto Marinho.

Conforme foi noticiado pelo Diario à época, a iniciativa fazia parte do “Projeto Globo”, que tinha o objetivo de restaurar monumentos em todas as regiões do Brasil, através da Lei de Incentivo Fiscal, que permitia empresas a abater até 5% do imposto devido à Receita Federal para aplicar em projetos culturais.

Equipamento cultural mais antigo do Recife, o Teatro Apolo foi inaugurado em 1846, idealizado pela Sociedade Harmônico Theatral. Porém, apenas 18 anos depois, o espaço fechou e seus pertences foram leiloados.

A partir de então, o endereço deu lugar a uma prensa de algodão e um armazém de açúcar. A fachada do edifício em estilo neoclássico, entretanto, conservou parte do projeto original.

Em 1982, depois de 118 anos fechado, o Teatro Apolo reabriu após reformas da Prefeitura do Recife. O espetáculo inaugural foi o “O Calvário de Frei Caneca”, de José Pimentel, que mais tarde ficou mais conhecido entre os recifenses como o intérprete mais longevo de Jesus, com atuações nas montagens da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e da Paixão de Cristo do Recife, esta última fundada por ele próprio.