° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Recife recebe expedição fotográfica internacional que investiga raízes africanas na cultura popular

A exposição "Brincantes da Burrinha nas margens do Atlântico Negro: África-Brasil em movimento diaspórico" fica em cartaz no Recife entre 2 e 26 de setembro. A Galeria Capibaribe, que fica no CAC, na UFPE, recebe a exposição.

Por Diario de Pernambuco

Fotos do Boi Marinho, feitas pela fotógrafa Roberta Guimarães, fazem parte da exposição.

A exposição fotográfica itinerante “Brincantes da Burrinha nas margens do Atlântico Negro: África-Brasil em movimento diaspórico” chega ao Recife amanhã (02/09). O projeto ficará em cartaz até o dia 26 de setembro na Galeria Capibaribe, do Centro de Artes e Comunicação (CAC), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com entrada gratuita.

A exposição tem imagens de Roberta Guimarães e é idealizada pela historiadora Joana D’Arc Lima (UFPE) e pelo sociólogo Maurício Antunes Tavares (Fundaj). O projeto é fruto de um intercâmbio inédito entre manifestações e brinquedos típicos de Pernambuco e do Golfo do Benin, na África Ocidental, onde já foi exposto.

A parada na capital pernambucana é a última oportunidade para celebrar, com os(as) artistas e criadores(as) locais, o grande registro da conexão das matrizes africanas na cultura popular pernambucana. A última exibição ocorreu no município pernambucano de Condado, entre julho e agosto deste ano.

O projeto propõe, numa imagética viagem transatlântica, um potente reencontro das raízes culturais da diáspora negra que unem Brasil e África, e nasce inspirado pela mítica viagem de Pierre Verger e Roger Bastide ao antigo Daomé, atual Benin, há mais de seis décadas. Em 1958, os dois intelectuais registraram os vestígios vivos da cultura brasileira entre os “agudás”, descendentes de africanos retornados do Brasil, reconhecendo nos festejos da “Burrinha” elementos do Cavalo Marinho e do Bumba-meu-Boi — manifestações típicas do Nordeste brasileiro.

Agora, essa memória se salvaguarda com novos contornos graças a uma pesquisa contemporânea da equipe pernambucana, que cruzou o Atlântico para revisitar os mesmos territórios e aprofundar os vínculos entre os folguedos populares do Brasil e da África Ocidental. O resultado é uma poderosa exposição composta por fotografias autorais de Roberta Guimarães, um documentário e textos curatoriais que dão vida às conexões culturais entre Pernambuco e o Golfo do Benin.

Foram mais de 15 entrevistas com representantes das famílias de “retornados”; representantes das religiões vodoo; pesquisadores(as) e intelectuais beninenses e nigerianos. No Brasil, o acervo de imagens fotográficas e entrevistas com os brincantes das práticas culturais da zona da mata norte chega a somar mais de 300 imagens, além das entrevistas. Assim, a exposição, que traz um recorte curatorial da pesquisa, é composta por fotografias e um vídeo documentário ricamente ilustrado com imagens e depoimentos dos brincantes e pesquisadores(as) entrevistados(as) habitantes dos dois lados do Atlântico.

SERVIÇO:
Quando: De 02/09 a 26/09 (segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h)
Onde: Galeria Capibaribe - Centro de Arte e Comunicação (CAC)/ UFPE (Av. da Arquitetura, s/n, Cidade Universitária, Recife-PE)
Gratuito