° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Corregedoria da SDS investiga ex-secretário de Calumbi por tentativa de feminicídio

Sargento reformado Numeriano Luiz de Sá é alvo de Conselho de Disciplina após crime na Rua da Aurora; portaria da Secretaria de Defesa Social foi publicada nesta sexta (19)

Por Mareu Araújo

Sargento reformado da Polícia Militar Numeriano Luiz de Sá

A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) instaurou um Conselho de Disciplina para apurar as condutas do sargento reformado da Polícia Militar e ex-secretário-Executivo de Esportes e Lazer de Calumbi, no Sertão de Pernambuco, Numeriano Luiz de Sá, de 64 anos. Ele é suspeito de tentativa de feminicídio contra a esposa, Luísa Barros, de 57.

O caso aconteceu em um apartamento na Rua da Aurora, em Santo Amaro, no Centro do Recife, no início de dezembro. A vítima foi socorrida por vizinhos que ouviram os gritos e pedidos de ajuda. Numeriano está preso preventivamente.

A portaria foi publicada no Boletim Geral da SDS desta sexta-feira (19). Segundo o texto, a investigação administrativa vai analisar o comportamento do 3º sargento sob o ponto de vista ético e disciplinar. O processo será conduzido pela 8ª Comissão Permanente de Disciplina da Polícia Militar, que deve avaliar se o militar tem condições de permanecer nos quadros da corporação após o crime.

A decisão do Corregedor Geral baseia-se no cumprimento de leis estaduais e nos princípios de moralidade e interesse público. O procedimento administrativo corre em paralelo ao processo judicial.

Depoimento

Por conta dos ferimentos, Luisa precisou passar por cirurgia, teve um afundamento craniano e tem risco de perder a visão de um dos olhos. Ela afirma que Numeriano a agrediu com um barrote de madeira.

Em depoimento à Polícia Civil de Pernambuco, Numeriano declarou acreditar que a mulher “possa ter apresentado um surto, considerando o estado emocional e comportamental que ela vem demonstrando nos últimos tempos em razão da doença”.

Além disso, o ex-secretário afirma que “desconhecia a existência do barrote”, que “nunca havia visto o objeto antes e não sabe explicar sua origem” e disse que “nunca manuseou, utilizou ou sequer pegou no referido”.

A reportagem procurou a advogada de Numeriano, mas ela informou que não vai se pronunciar sobre o processo disciplinar.