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Moradores da comunidade do Icauã relatam drama após incêndio: "Perdi tudo. Televisão, som, geladeira, feira, máquina"

O fogo que matou Isabelle e seus quatro filhos no incêndio criminoso no último sábado (29) destruiu também as casas dos vizinhos, com quase todos os seus pertences

Por Cadu Silva

Washington contou que acordou em meio ao incêndio criminoso

“Perdi tudo: televisão, som, geladeira, feira, máquina”, relatou uma das moradoras que teve a residência destruída após o incêndio criminoso que provocou a morte de Isabelle Macedo, 40 anos, e de seus quatro filhos, na comunidade do Icauã, na Iputinga, Zona Oeste do Recife.

Os moradores afirmam que não houve tempo para retirar documentos, móveis ou objetos pessoais, e que as chamas avançaram rapidamente.

A moradora Adriana Francisco do Nascimento, 48 anos, residente na comunidade há 13 anos, contou que o fogo não chegou a entrar na casa dela, mas que o imóvel teve de ser isolado devido aos danos estruturais.

“Na minha casa eu não posso morar mais, porque está com a parede toda rachada. Como eu tenho minha menina especial, o órgão público veio e disse que não era para ficar entrando, pois ela corre o risco de desabar.”

Outro afetado pelo incêndio, Washington da Silva Santos, 31 anos, relatou que havia acabado de chegar do trabalho e tirado um cochilo quando foi acordado pela fumaça. Ele mora com a mãe, Cristiana Severina da Silva, 49 anos, e com os avós maternos, de 79 e 74 anos.

“Eu cheguei do trabalho e fui dormir. Quando acordei, já estava tudo pegando fogo. Aí eu saí e o fogo já estava consumindo as casas, tudo. Só consegui recuperar meus documentos. E só", relatou Washington.

A mãe dele, Cristiana, que está usando muletas após sofrer um atropelamento, contou que perdeu a receita e os remédios que utilizava para aliviar as dores na perna esquerda.

“A gente só tirou os dois bujões de gás. O resto foi tudo perdido. Minha colega, sabendo da minha situação, me deu dinheiro para eu comprar o Tramal, porque doeu muito por causa do esforço que fiz para correr.”

A moradora Ana Maria de Souza, 46 anos, que vive na comunidade há pouco mais de três anos, também perdeu todos os pertences. “Perdi tudo: televisão, som, geladeira, feira, máquina.”

Ela fez um apelo por ajuda para reconstruir a casa. “Agora a gente não tá precisando mais de roupa. A gente precisa de uma força para levantar o nosso teto, para voltar a morar de novo.”