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Estudo aponta o Recife como a sétima cidade do Brasil com maior perda de litros de água

Recife contabiliza quase 880 litros de água perdida por ligação e por dia, o que corresponde a quase 83 piscinas olímpicas diariamente. Número ultrapassa em quatro vezes o patamar considerado ótimo pelo Trata Brasil

Por Bartô Leonel

Alta da conta de água foi aprovada pela Arpe e entra em vigor nesta sexta-feira. Foto: Guilherme Veríssimo/Esp DP/D.A Press

O estudo “Perdas de Águas 2025”, divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Instituto Trata Brasil (ITB), aponta que o Recife é a sétima cidade entre as 100 maiores do Brasil com maior desperdício de água por ligação e por dia, com um desperdício de 877,99, o que corresponde a quase a 83 piscinas olímpicas diariamente.

O quantitativo de litros do Recife ultrapassa em quatro vezes o patamar considerado ótimo pelo Trata Brasil, que atualmente é de 216 L/ligação/dia. Com relação à média das 100 maiores cidades do Brasil, que foi de 417,35 L/ligação/dia em 2023, Pernambuco extrapola mais do que o dobro do quantitativo.

Segundo o estudo, que se refere aos dados de 2023 e utiliza o Índice de Perdas por Ligação 2015 do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), Recife fica à frente de cidades como Rio de Janeiro-RJ (1.292,59 L/lig./dia), Macapá-AP (1099,72 L/lig./dia), Várzea Grande-MT (1.096,05 L/lig./dia), Belém-PA (1.086,88 L/lig./dia), Maceió-AL (1.020,19 L/lig./dia) e Salvador-BA (901,51 L/lig./dia).

Dos 100 municípios considerados na pesquisa, 21 possuem níveis de perdas por ligação inferiores ao patamar ótimo de 216 L/ligação/dia, tendo Goiânia-GO (72,77 L/ligação/dia) com menor valor observado.

Os dados ainda mostram que 34 municípios entre os 100 maiores têm perdas superiores ao dobro do patamar considerado ótimo pelo Trata Brasil. Com isso, segundo o instituto, existe grande potencial de redução de perdas de água por ligação por dia nesses municípios.

Segundo o Trata Brasil, no processo de abastecimento de água, por meio de redes de distribuição, podem ocorrer perdas dos recursos hídricos devido a diversas causas, como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.

Ainda conforme o instituto, esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente, à sociedade e à receita e aos custos de produção das empresas responsáveis pela distribuição de água no Brasil.

A reportagem do Diario de Pernambuco entrou em contato com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para comentar o estudo do Trata Brasil, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Situação por região

O estudo também aponta que existe uma grande diferença entre os níveis de eficiência do abastecimento de água nas diversas regiões brasileiras, sendo as regiões Norte e Nordeste as mais carentes, as quais enfrentam maiores desafios para reduzirem seus índices de perdas.

Além disso, essas regiões também são aquelas que possuem os piores indicadores de atendimento de água, de coleta e de tratamento de esgotos.

Apesar dessa situação, nenhuma das regiões apresenta média de perdas por ligação dentro do padrão de excelência de 216 L/ligação/dia em 2023.

O pior desempenho foi observado pela região Norte, seguida das regiões Nordeste e Sudeste, com indicadores em patamares semelhantes. As regiões Sul e Centro-Oeste, apresentam indicador médio acima do padrão de excelência, apresentaram índices inferiores a 300 L/ligação/dia.