TCE-PE recomenda melhorias no bloco cirúrgico do Hospital Getúlio Vargas
As recomendações foram feitas após o julgamento de um processo de auditoria do TCE-PE que identificou atrasos no início das primeiras cirurgias do dia, elevado número de cancelamentos cirúrgicos, além da limitação das informações sobre os motivos das suspensões
A Primeira Câmara do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) determinou uma série de medidas e fez recomendações à Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) e à gestão do Hospital Getúlio Vargas após ser constatados na unidade atrasos no início das primeiras cirurgias do dia, elevado número de cancelamentos cirúrgicos, além da limitação das informações sobre os motivos das suspensões.
Esses problemas foram apresentados durante o julgamento de um processo de auditoria operacional, no qual analisou o desempenho do hospital entre 2022 e 2024.
Segundo o TCE-PE, foram registradas, entre janeiro e abril de 2024, 518 cirurgias suspensas no bloco cirúrgico da unidade, decorrentes de problemas como ausência de anestesista, falta de sangue, falta de material e de cirurgião, entre outros pontos.
Diante dessas constatações, a equipe de auditoria concluiu que o desempenho do bloco cirúrgico do HGV está abaixo do esperado para hospitais de porte semelhante, apesar de que a unidade tenha registrado uma evolução no primeiro semestre de 2022.
O TCE-PE determinou que os gestores responsáveis pela unidade de saúde enviem, no prazo de 30 dias, um Plano de Ação com cronograma e responsáveis pela execução das recomendações, que será acompanhada pela Diretoria de Controle Externo do TCE-PE.
Recomendações
O conselheiro Carlos Neves, responsável pelo processo de auditoria do TCE-PE, recomendou à Secretaria de Saúde de Pernambuco e ao Hospital Getúlio Vargas:
- Elaborar estratégias concretas para reduzir os cancelamentos cirúrgicos, atuando em fatores internos (equipes, materiais, equipamentos, exames e leitos), e externos (preparo, faltas ou desistências do paciente), com monitoramento contínuo;
- Desenvolver ações para diminuir atrasos no início das cirurgias eletivas, e ampliar o uso das sete salas do bloco, que devem operar por 12 horas diárias;
- Fortalecer o uso do sistema informatizado Soul MV (módulo centro cirúrgico), com capacitação da equipe e emissão de relatórios mais precisos sobre a produção cirúrgica.