Operação Alvitre: gestor de faculdade em Ipojuca é preso por suspeita de fraude em emendas
Gilberto Claudino da Silva Júnior, foi preso na manhã desta quarta-feira (5) após se apresentar espontaneamente na Central de Plantões da Capital, no Recife
Gestor de uma faculdade localizada em Ipojuca, no Grande Recife, Gilberto Claudino da Silva Júnior foi preso na manhã desta quarta-feira (5), após se apresentar espontaneamente na Central de Plantões da Capital, no Recife.
Com a detenção, sobe para quatro o número de presos na Operação Alvitre, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco para investigar um esquema de repasse irregular de emendas parlamentares no município.
A informação foi confirmada por fontes ligadas à Polícia pernambucana.
De acordo com as investigações, além de Gilberto, também foram presas duas advogadas e uma mulher ligada a uma instituição de ensino envolvida no caso.
A suspeita é de que as advogadas agissem na falsificação de documentos usados para movimentar recursos públicos.
As apurações indicam que nove dos 13 vereadores de Ipojuca destinaram emendas impositivas para o Instituto de Gestão, Pesquisa e Negócios (IGPN).
Dados levantados pela Polícia Civil revelam que, em 2022, o instituto recebeu cerca de R$ 2,28 milhões, enquanto em 2025 o valor saltou para R$ 25 milhões, um aumento de mais de dez vezes em apenas três anos.
Três investigados ainda estão foragidos, entre eles Gerailton Almeida da Silva, apontado como o líder do esquema criminoso e diretor do IGPN.
Segundo informações, Gerailton e Gilberto teriam deixado a cidade entre as 22h e 0h do dia 1º de outubro, após serem alertados sobre a deflagração da operação.
De acordo com a investigação, o IGPN recebia os recursos da Prefeitura de Ipojuca para realizar cursos e projetos, mas não tinha estrutura para executar os serviços contratados. As atividades eram então repassadas a outras instituições, entre elas uma faculdade e a Rede Vhida, ambas investigadas.
“Nas diligências, verificamos que os cursos pagos pela prefeitura não eram realizados. Quando aconteciam, eram superfaturados”, detalhou o delegado Ney Luiz.
Em nota, a Prefeitura de Ipojuca informou que a operação se refere a emendas executadas pela gestão anterior, encerrada em 2024, e afirmou estar adotando medidas para aumentar a transparência e o controle sobre os recursos públicos.
“A atual gestão está tomando medidas para reforçar a transparência e assegurar a correta aplicação dos recursos, incluindo a regulamentação, por meio de decreto, da utilização de emendas parlamentares impositivas”, disse a nota.
A ex-prefeita Célia Sales (PTB), que comandava a administração à época dos repasses investigados, foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.
O Diario também tentou contato com os responsáveis pelo IGPN, mas não obteve retorno.