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Operação Alvitre: gestor de faculdade em Ipojuca é preso por suspeita de fraude em emendas

Gilberto Claudino da Silva Júnior, foi preso na manhã desta quarta-feira (5) após se apresentar espontaneamente na Central de Plantões da Capital, no Recife

Por Diario de Pernambuco

Segundo a PCPE, a investigação foi iniciada em outubro de 2024.

Gestor de uma faculdade localizada em Ipojuca, no Grande Recife, Gilberto Claudino da Silva Júnior foi preso na manhã desta quarta-feira (5), após se apresentar espontaneamente na Central de Plantões da Capital, no Recife.

Com a detenção, sobe para quatro o número de presos na Operação Alvitre, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco para investigar um esquema de repasse irregular de emendas parlamentares no município.

A informação foi confirmada por fontes ligadas à Polícia pernambucana. 

De acordo com as investigações, além de Gilberto, também foram presas duas advogadas e uma mulher ligada a uma instituição de ensino envolvida no caso.

A suspeita é de que as advogadas agissem na falsificação de documentos usados para movimentar recursos públicos.

As apurações indicam que nove dos 13 vereadores de Ipojuca destinaram emendas impositivas para o Instituto de Gestão, Pesquisa e Negócios (IGPN).

Dados levantados pela Polícia Civil revelam que, em 2022, o instituto recebeu cerca de R$ 2,28 milhões, enquanto em 2025 o valor saltou para R$ 25 milhões, um aumento de mais de dez vezes em apenas três anos.

Três investigados ainda estão foragidos, entre eles Gerailton Almeida da Silva, apontado como o líder do esquema criminoso e diretor do IGPN.

Segundo informações, Gerailton e Gilberto teriam deixado a cidade entre as 22h e 0h do dia 1º de outubro, após serem alertados sobre a deflagração da operação.

De acordo com a investigação, o IGPN recebia os recursos da Prefeitura de Ipojuca para realizar cursos e projetos, mas não tinha estrutura para executar os serviços contratados. As atividades eram então repassadas a outras instituições, entre elas uma faculdade e a Rede Vhida, ambas investigadas.

“Nas diligências, verificamos que os cursos pagos pela prefeitura não eram realizados. Quando aconteciam, eram superfaturados”, detalhou o delegado Ney Luiz.

Em nota, a Prefeitura de Ipojuca informou que a operação se refere a emendas executadas pela gestão anterior, encerrada em 2024, e afirmou estar adotando medidas para aumentar a transparência e o controle sobre os recursos públicos.

“A atual gestão está tomando medidas para reforçar a transparência e assegurar a correta aplicação dos recursos, incluindo a regulamentação, por meio de decreto, da utilização de emendas parlamentares impositivas”, disse a nota.

A ex-prefeita Célia Sales (PTB), que comandava a administração à época dos repasses investigados, foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

O Diario também tentou contato com os responsáveis pelo IGPN, mas não obteve retorno.