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Passageiro que assumiu direção de ônibus no Recife diz que não teve medo: "Ninguém se atrasou"

Carlos Antônio Silva conduziu transporte público até o terminal após discussão entre motorista e outro passageiro

Por Diario de Pernambuco

Passageiro conduz ônibus no Recife.

O passageiro que assumiu a condução da linha Pelópidas-Macaxeira após o motorista deixar o veículo na sexta-feira (24) disse que é habilitado para ônibus e que não teve medo. "Eu vi que todo mundo ficou em situação de risco e assumi a responsabilidade", declara Carlos Antônio Silva em vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, o motorista abandonou o veículo nas proximidades do Terminal Macaxeira, Zona Oeste do Recife, após ser agredido verbalmente. Ele teria deixado a chave no coletivo, permitindo que Carlos Antônio levasse o ônibus até as proximidades do terminal.

"Teve uma discussão com um passageiro, ninguém ameaçou ele", rebate Carlos.

"Eu vi que todo mundo ficou em situação de risco e assumi a responsabilidade de guiar o ônibus até o terminal, sem aperreio, sem velocidade", afirma. "Ninguém se atrasou, todo mundo trabalhou em paz".

Como foi

De acordo com o motorista, de 53 anos, ele foi ofendido por dois passageiros após pedir para que uma idosa saísse da passagem do coletivo. A passageira teria proferido ofensas contra junto com um homem que teria ficado incomodado com a atitude do condutor.

"Eu parei o veículo e disse para o me respeitar. Eu não tinha mais condições de seguir viagem, parei no acostamento e desci do veículo. Liguei para a empresa para que uma pessoa pudesse me render. Deixei minhas coisas no veículo e me afastei por uns 500 metros. Quando voltei o ônibus não estava mais lá", relata o condutor com 14 anos de experiência.

Ele conta que um homem que já estava dentro do veículo sentou na cadeira e levou o ônibus até as proximidades do terminal. "Eu liguei para a empresa e disse o que aconteceu. A empresa viu pelo GPS que o ônibus estava parado perto do TI Macaxeira", complementa.

O profissional ainda destacou que não está em condições psicológicas para voltar a trabalhar. "É um trabalho muito árduo, as pessoas são complicadas. Eu não abandonei o veículo, eu estacionei para esfriar a cabeça", afirma.