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Caso Esther: imóvel onde menina foi encontrada teria sido lavado no dia do desaparecimento

Em depoimento, o qual o Diario de Pernambuco teve acesso, os dois suspeitos presos negam participação no assassinato de Esther Isabelly

Por Bartô Leonel

Menina foi encontrada pelo tio dentro de uma cacimba localizada no bairro de PIxete, em São Lourenço da Mata

O imóvel onde a menina Esther Isabelly, de 4 anos, foi encontrada morta em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, teria sido lavado no dia do desaparecimento da criança. O corpo, que estava dentro de uma cacimba, foi localizado na tarde de terça-feira (21), após cerca de 21 horas do sumiço.


A informação consta em diferentes depoimentos, obtidos pelo Diario de Pernambuco, colhidos pela Polícia Civil no inquérito. Segundo a investigação, Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, eram os moradores das duas casas, construídas no terreno, onde o corpo de Esther estava.

Os dois foram presos em flagrante por ocultação de cadáver. Em interrogatório, eles negaram participação na morte da criança, mas apresentaram versões distintas sobre o crime.

De acordo com a investigação, a faxina teria sido realizada na casa de Fernando, na segunda-feira (20), por uma ex-companheira dele. Já Fabiano, que já tinha passagens por roubo, furto e tráfico de drogas, teria auxiliado na limpeza.


Limpeza

À polícia, Fabiano contou que estava em casa, por volta das 21h, quando a mulher pediu emprestado um isqueiro e uma vassoura para limpar a residência do ex-companheiro, que estaria sob efeito de drogas.

Segundo os depoimentos, Fabiano e a ex de Fernando limparam a casa, retiraram o lixo e colocaram fogo nos resíduos.

Durante a limpeza, a mulher teria chegado a tirar água da cacimba, onde Esther foi encontrada, mas não encontrou a criança.

Por sua vez, Fernando confirma ter visto a ex e o vizinho limpando o local. Ele não soube, entretanto, informar à polícia o motivo da faxina. 



Versões contraditórias

À Polícia, Fernando afirmou que esteve na casa da mãe de Esther, onde os dois beberam, ainda antes de a menina desaparecer. Ele teria saído de lá, por volta das 16h30, para visitar um parente, também em São Lourenço.

No depoimento, ele alega ter visto a menina pela última vez por volta das 14h de segunda, quando ela estava brincando com os irmãos na rua. Ele não soube informar quem levou a criança para a imóvel onde morava.

De acordo com o seu relato, por volta das 16h30, ele teria ido visitar um parente, também em São Lourenço. Após passar o dia fora de casa, Fernando só teria voltado para pegar algumas roupas e entregar a chave. Nesse momento, já estavam acontecendo protestos no local por causa do desaparecimento da menina.

O suspeito alega, ainda, que passou a manhã seguinte na casa da mãe, onde foi capturado por policiais e levado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, no Recife.

Estar fora de casa também foi o álibi apontado por Fabiano durante o interrogatório. Segundo depôs, ele teria saído da residência por volta das 3h40, para trabalhar, e ficou na casa de uma amiga das 13h40 às 16h40.

No depoimento, Fabiano disse ter voltado para casa a pé e chegado por volta das 18h. Ele negou que estivesse no local quando a mãe da criança foi até lá, à procura de Esther. De acordo com a sua versão, no entanto, Fernando já estaria no local nessa hora.

Fabiano afirmou, ainda, que foi dormir por volta das 23h e não ouviu nada de estranho durante a noite. Na terça, ele teria saído de casa às 3h40, para trabalhar, e só teria ficado sabendo por uma amiga que o corpo da menina foi encontrado na cacimba.