Pai da menina que teve o dedo amputado após acidente na praça do Ibura contesta Emlurb: "Não tinha sinalização"
O acidente aconteceu no domingo (28), enquanto a menina brincava na Praça da Infância no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife
“Disseram que o brinquedo tinha identificação, mas constatamos que não tinha”, disse Wagner de Moura, pai de Marina, de 8 anos, que teve o dedo mínimo do pé direito amputado após sofrer um acidente em um brinquedo da Praça da Infância no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, no último domingo (28).
A menina participava de uma feirinha de empreendedorismo promovida pela escola. Após bater a meta de vendas, Marina decidiu comemorar com os amigos na pracinha. Na ocasião, ela estava acompanhada da mãe, do tio e tia, quando o acidente aconteceu. “Foi um negócio de cinco minutos. Ela começou a gritar muito, a gente pensou até que ela tinha caído. Mas quando olharam, viram o sangue, muito sangue. Na hora, foi que se desesperaram também”, relatou o pai.
De acordo com Wagner, a brecha que havia no brinquedo tinha justamente a espessura de um dedo. “Quando você faz o impulso para girar, foi justamente quando o dedo dela ficou preso”, explicou.
A menina foi internada no Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife, e precisou amputar o dedo mindinho do pé direito. Ao pai, Marina contou que está um pouco traumatizada pela cena que presenciou, mas o tranquilizou dizendo que estava bem. “Ela está mais preocupada com a situação do dedo dela. Hoje os médicos foram avaliar, o ortopedista tirou o curativo e ela viu o pé amputado. Chegou a chorar também. E isso não tem explicação”.
Segundo a família, o brinquedo só foi interditado cerca de duas horas após o acidente. O pai afirmou ainda que recebeu mensagens de terceiros informando que outras crianças já haviam se machucado no mesmo local. “Disseram que o brinquedo tinha identificação, mas constatamos que não tinha”, disse.
Wagner acrescentou que ainda aguarda contato da Prefeitura do Recife, que não se manifestou até o momento. “Vamos procurar um psicólogo, porque ela ficou traumatizada. A gente vai correr atrás para fazer da melhor maneira possível, porque não estamos pensando só no agora, e sim lá na frente. Ela pode querer só usar sapato fechado, ter vergonha de andar descalça”, afirmou.
O que diz a prefeitura
Por meio de nota, a Emlurb disse que “possui equipes permanentes de manutenção que realizam vistorias e reparos”.
Afirmou também que o brinquedo possui sinalização, informando que é inclusivo, destinado a crianças neurodivergentes e/ ou com deficiência, e o uso indevido pode causar acidentes.
“A gestão já destacou profissionais de assistência social para entrar em contato com a família e oferecer o suporte necessário”, acrescentou.