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"Perdi meu irmão um dia depois do meu aniversário", diz irmã de universitário morto em ônibus no Recife

Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto a facadas no coletivo. Réus foram condenados a 26 anos de prisão

Por Adelmo Lucena

Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto durante um assalto dentro de um ônibus

O universitário Gean Carlos Lopes Junior, de 20 anos, foi morto em um assalto a ônibus no Recife no dia 1º de maio de 2024, um dia após o aniversário da irmã. Samanta Vitória, de 19 anos, mantinha uma relação de muitas risadas e companheirismo com o jovem e recebeu, nesta segunda-feira (30), a informação de que os envolvidos no crime foram condenados a 26 anos de prisão.

“É muito difícil perder um querido, mas eu não queria desejar nada de ruim a quem fez isso com meu irmão, apenas que pague o preço. Eu acho que a justiça foi feita. Gean era muito jovem, tinha muitos sonhos ainda para realizar, pois era muito inteligente”, destaca Samanta.

A Justiça condedou Ivan dos Santos Silva, de 28 anos, e Nilson Davi da Silva, de 25, a 26 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do universitário. O jovem estava voltando de uma aula quando foi abordado dentro de um ônibus e tentou evitar a ação criminosa. Ele foi esfaqueado no momento em que o veículo passava pela Avenida Guararapes.

O crime aconteceu logo depois do aniversário de Samanta, em um momento em que os irmãos estavam estreitando ainda mais a relação. “Nossa relação era ótima, de risadas. A gente se falava, mesmo ele tendo uma vida bem corrida e eu também. Como eu tinha conseguido uma bolsa na universidade, ele estava me ajudando com tudo. A ficha de que ele morreu ainda não caiu. Como ele morava em outra cidade, às vezes achamos que ele está trabalhando”, destaca a irmã de Gean.

Gean também não conseguiu acompanhar a chegada da segunda irmã, Sophia Carla, que nasceu poucos meses depois da morte dele.

“Eu não consigo olhar muito as fotos dele porque quando eu vejo, acabo pensando que ele não está mais aqui. Antes eu nem conseguia falar dele que eu chorava”, relata Samanta.

Gean Carlos era natural de Caruaru, no Agreste, e conciliava o trabalho com os estudos em Ciências do Consumo na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Ele foi definido por colegas como um jovem “honesto, trabalhador e cheio de sonhos”.

Atuando como operador de caixa em uma casa de shows, Gean buscava conquistar estabilidade financeira para ajudar a família. Pouco antes de ser abordado pelos criminosos, chegou a enviar uma mensagem ao namorado avisando que estava a caminho de casa.