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Intoxicação por bebida com metanol: estado traça plano de fiscalização em distribuidoras

Segundo a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), o estado está preparando uma fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas para monitorar possíveis casos de adulteração e falsificação de produtos com metanol

Por Nicolle Gomes

Nas últimas semanas, 22 casos de contaminação de bebidas alcoólicas contaminadas foram registrados

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) prepara um plano de ações de fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas.

A medida foi tomada pr causa da onda de casos de intoxicação e mortes por ingestão metanol presente em bebidas adulteradas no estado de São Paulo, que assustaram o Brasil.

Em Pernambuco, nunca houve registro de intoxicação humana por adulteração de bebidas alcoólicas com metanol.

No atual contexto, o estado está elaborando ações de fiscalização a respeito do contexto das adulterações das bebidas, atividade que já é de competência dos órgãos sanitários, segundo explicou a diretora-geral da Apevisa, Karla Baêta, em entrevista ao Diario.

“A gente está preparando uma nota técnica de orientação para a população, e para as vigilâncias dos municípios. Essa ação de fiscalização nas distribuidoras, é coordenada aqui na Apevisa, mas é descentralizada para os municípios. A orientação também é no sentido de que os municípios intensifiquem a fiscalização com esse olhar para possíveis fraudes nos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas com foco no produto de origem desconhecida ou sem registro, ou, em caso de suspeita de adulteração ou fraude, da interdição preventiva, por exemplo, do estabelecimento”, explica.

Ela também detalha que o Estado está identificando, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), laboratórios de saúde pública para análises de materiais suspeitos de contaminação:

“A gente já tá identificando junto à Anvisa quais são os possíveis laboratórios para fazer as análises porque não são todos laboratórios, que fazem essa análise, em caso de suspeita”.

Atenção

O metanol é um solvente tóxico para o metabolismo humano e é normalmente utilizado em aplicações industriais.

A intoxicação por metanol é grave e pode causar danos irreversíveis à saúde e até a morte. Os principais sintomas da intoxicação são: visão turva ou perda de visão – em alguns casos, definitiva – e mal-estar generalizado, cólicas, náuseas, e vômitos.

A diretora-geral da agência também destacou a importância da população estar atenta para evitar consumir produtos de procedência desconhecida.

“É importante alertar a população para o risco de consumir bebida alcoólica de procedência duvidosa. Se tem dúvida com relação à procedência da bebida, não consuma. Faça a denúncia, mas não consuma. Se tem um preço, muito abaixo, comece a desconfiar, também em bares, não só em distribuidoras e adegas”, reforça.

Outra atividade articulada da fiscalização será de monitoramento do comércio de drinks nas praias.

“O mais complicado nessa fiscalização é principalmente na praia, porque são vendidas doses de caipirinha e caipirosca. Então, essa aí realmente vai exigir uma articulação junto com a Vigilância do Recife, e de Jaboatão, que a gente já está em contato para fazer uma operação destinada também a esse público”, revelou Karla.

Notificações

Em casos de suspeita tanto de venda de produtos adulterados quanto de contaminação, é importante procurar e notificar autoridades competentes para evitar uma subnotificação, reforça Karla.

“Quando uma pessoa que chega com sintomas, vai entrar normalmente pela emergência. Então, são hospitais públicos, e muitos vão chegar pela rede privada. É importante que a pessoa, independente da unidade, relate os sinais e sintomas, e também que houve o consumo de bebida alcoólica, qual bebida, e onde ela adquiriu. Só por meio da notificação que a gente vai conseguir também chegar naquele local onde a pessoa consumiu a bebida e fazer a investigação, verificar o local, as condições e o produto”, ela aponta.

A população pode encontrar auxílio para realizar denúncias nos seguintes canais:

Centro de Informação e Assitência Toxicológica - 0800 722 6001 (telefone 24h)

Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) - 0800 282 1512

Ouvidoria da SES - Disk Saúde no telefone 136 e no endereço ouvidoria@saude.pe.gov.br

Vigilâncias Sanitárias Municipais

Delegacia do consumidor