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Ex-militar é condenado a 27 anos de prisão por matar e ocultar corpo da esposa

Ex-militar do Exército Brasileiro, Felipe Ruan Bezerra Cabral foi sentenciado após sessão no Tribunal do Júri em Belo Jardim, no Agreste. Ele foi considerado culpado pela morte de , Lúcia Maria de Melo, em 2022

Por Diario de Pernambuco

Felipe Ruan e Lúcia Maria de Melo

A Justiça condenou a 27 anos e cinco meses de reclusão em regime fechado o ex-militar do Exército Brasileiro Felipe Ruan Bezerra Cabral.


Ele foi condenado pelo Tribunal do Júri da Vara Criminal de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, por matar e ocultar o corpo da esposa, Lúcia Maria de Melo, desaparecida em 6 de agosto de 2022. O julgamento aconteceu na quarta (24), três anos e um mês após o desaparecimento da vítima.


Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a sessão do Tribunal do Júri terminou às 22h de quarta.


Felipe Ruan foi condenado pela prática do crime de feminicídio e pela ocultação de cadáver.


“Verifica-se que o agente demonstrou ousadia anormal, perpetrando delito grave em sua casa, em local frequentado por profissionais de saúde e, também, por seu filho doente, não demonstrando qualquer arrependimento em sua conduta, não demonstrando, também, qualquer apreço pela vida humana, chegando ao ponto de tentar se defender dos fatos imputando à vítima uma conduta vil, creditando-a como uma péssima mãe, que teria abandonado seu filho, criança de tenra idade que estava em situação de saúde extremamente debilitada”, escreveu o juiz Leonardo Costa de Brito, na sentença.

Entenda o caso

Lúcia tinha 23 anos quando sumiu, deixando um filho de pouco mais de um ano, com necessidades especiais. À época, Felipe afirmou que a esposa havia deixado a residência para viver outro relacionamento e abandonado o filho. As investigações, conduzidas pelo delegado João Carlos Oliveira, apontaram outra direção.


A quebra de sigilo telefônico revelou que o celular da vítima nunca saiu da casa do casal e que mensagens enviadas à família partiram do local. Além disso, o acusado entrou em contradição ao declarar que estava no trabalho no dia do crime, quando na verdade estava em casa.


Felipe foi preso em junho de 2023 por policiais civis da 104ª Circunscrição de Belo Jardim. Inicialmente, cumpriu prisão preventiva na 10ª Companhia de Engenharia e Combate do Exército, em São Bento do Una, por ainda ser militar da ativa. Em março de 2024, foi transferido para o Presídio Desembargador Augusto Duque, em Pesqueira, onde permanece até o julgamento.


Em nota enviada ao Diario, a defesa de Felipe sustenta que Lúcia teria deixado o lar por vontade própria, demonstrando que estaria viva e em plena autonomia pessoal.