Suspeito de matar jovem em motel de Paulista já foi preso por tráfico de crack e haxixe
Preso pelo assassinato da jovem Júlia Ramilly Duarte, em um motel de Paulista, Djalma Diego Oliveira Deodato é réu por tráfico no TJPE
Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos, que está preso preventivamente pelo assassinato da manicure Júlia Ramilly Duarte, de 20, em um motel em Paulista, no Grande Recife, já era réu em outro processo no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) por tráfico de drogas. Ele respondia à acusação em liberdade.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MPPE), obtida pelo Diario de Pernambuco, Djalma foi detido em flagrante na rodovia PE-15, em Paulista, com 10 pedras de crack e cerca de 50 gramas de haxixe. A prisão aconteceu por volta das 21h de 20 de dezembro de 2023.
A acusação narra que, na ocasião, o suspeito estaria traficando drogas, de forma reiterada, dentro de um shopping e foi alvo de denúncias de populares. Ele entregava os entorpecentes dentro de um banheiro do centro comercial.
“Diante desse contexto, o efetivo policial montou campana no estacionamento do shopping, local onde foi possível avistar um indivíduo dirigindo uma moto, com as mesmas características citadas na denúncia”, relata o MPPE.
Ainda de acordo com a promotoria, Djalma ainda tentou fugir da Polícia Militar (PM). Já na rodovia, ele teria entrado em uma contramão, perdido o controle do veículo e colidido com o meio-fio.
Na audiência de custódia, o TJPE decidiu conceder liberdade provisória. Posteriormente, a exigência para usar tornozeleira eletrônica também foi revogada, após prazo inicial de 120 dias.
A primeira audiência do processo, que ainda está sem sentença, aconteceu em fevereiro deste ano. Na ocasião, a defesa do réu pediu prazo para apresentar as alegações finais.
Feminicídio
Djalma voltou a ser preso, na terça-feira (22), por suspeita de assassinar Júlia. A vítima foi encontrada, com sinais de esganadura e de violência sexual, na suíte de número 6 por uma camareira do motel. O corpo estava coberto por um lençol. Também havia marcas de sangue no quarto.
Segundo a investigação, Djalma e Júlia deram entrada no local de madrugada, por volta das 4h. Pouco mais de 3 horas depois, às 7h08, o suspeito foi à portaria, pagou R$ 60 pelo quarto e deixou o estabelecimento sozinho.
À Polícia Civil, funcionários relataram que o suspeito chegou a avisar que ainda havia uma pessoa no cômodo, mas precisava dar uma saída e ainda voltaria para o motel – o que não aconteceu.
“Djalma não estava nervoso, permaneceu muito calmo e a declarante não suspeitou de nada”, registra o depoimento da camareira.
Em interrogatório, ele admitiu que pegou R$ 30 da bolsa da vítima e completou o pagamento com Pix, realizado no seu próprio nome. Alegou, no entanto, que “não se recorda de ter matado Júlia”.
As versões sobre como os jovens se conheceram, entretanto, ainda são conflitantes. À Polícia, Djalma relatou ter conhecido Júlio naquela madrugada. Segundo o depoimento, os dois teriam usado drogas juntos e decidiu ir ao motel em seguida.
Já uma amiga da jovem afirma que as duas estavam em uma festa, em Pau Amarelo, também em Paulista, e resolveram ir embora por volta das 4h. Cada uma teria pedido o seu próprio transporte por aplicativo. Júlia, no entanto, não voltou para casa.