Caso Alícia: "Uma menina normal, alegre e feliz que virou uma certidão de óbito", diz tia
Alícia Valentina, de 11 anos, foi agredida por cerca de um minuto por cinco alunos no banheiro da escola onde estudava
A rotina da casa onde Alícia Valentina vivia com a mãe e a avó foi interrompida pelo silêncio. Aos 11 anos, a menina, descrita pela família como alegre e estudiosa, morreu após ser espancada dentro do banheiro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco. Nesta terça-feira (16), a mãe saiu de casa para pegar um documento com “peso”: a certidão de óbito da filha.
Segundo a Polícia Civil, Alícia foi agredida por cinco colegas logo depois de chegar à escola. O traumatismo craniano causado pelas agressões resultou em morte dias depois.
“Ela era uma criança normal, sorridente, gostava de brincar com os amigos. As professoras sempre falavam que era uma boa aluna. A pergunta que fica é: ‘por que fizeram isso com ela? Como tudo aconteceu?’”, disse uma tia, que preferiu não ser identificada.
A violência foi registrada pelas câmeras da escola. As imagens mostram a menina entrando no banheiro às 13h04. Em seguida, outros alunos se aglomeram na porta. Minutos depois, Alícia sai com as mãos no ouvido e no nariz, procurando ajuda de uma funcionária.
Ela foi atendida inicialmente no Hospital Municipal Dr. José Alventino Lima e liberada. Em casa, o quadro se agravou. Entre idas e vindas a unidades de saúde, a menina acabou transferida para o Hospital da Restauração, no Recife, a 462 km de onde vivia. Lutou por quatro dias, mas não resistiu.
O velório aconteceu em 9 de setembro, cercado de familiares, amigos e colegas de escola que prestaram homenagens. Segundo relatos, a agressão teria começado porque Alícia se recusou a “ficar” com um colega.
Dois dias depois do enterro, um adolescente de 12 anos suspeito de participar das agressões foi apreendido pela polícia na zona rural de Floresta, cidade vizinha onde o caso aconteceu.