Quem é Cayo Lucas, preso em Olinda, no Grande Recife, suspeito de ameaçar Felca
O homem, de 22 anos, é investigado por supostamente liderar uma organização criminosa digital envolvida em ameaças, extorsões, estelionatos e invasões de dispositivos para falsificação de documentos públicos
Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, que foi preso na manhã desta segunda-feira (25), em Olinda, no Grande Recife, é investigado por supostamente liderar uma organização criminosa digital envolvida em ameaças, extorsões, estelionatos e invasões de dispositivos para falsificação de documentos públicos.
O Diario de Pernambuco teve acesso à decisão da juíza Carolina Pereira de Castro, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que determinou a prisão temporária de Cayo Lucas, além da busca e apreensão em três endereços ligados ao suspeito. São alvos das batidas policiais dois locais no Recife e outro em Gravatá, no Agreste.
A investigação começou após uma psicóloga, que participou de um vídeo do youtuber Felca, passar a receber ameaças de morte por e-mail e WhatsApp. Pelo menos uma das mensagens teria sido enviada por Cayo Lucas, que usava os codinomes “LUCIFAGE ou “f4LLEN”. A constatação é do Núcleo de Observação de Análise Digital (NOAD), da Secretaria de Segurança Pública (SPP) paulista, responsável pelo inquérito.
Os investigadores afirmam que o suspeito seria “detentor de conhecimento técnico especializado” e ocuparia uma função “proeminente” em uma organização criminosa, chamada “Country”, que é descrita como “complexa e perigosa”.
Esse grupo estaria por trás de invasões a sistemas governamentais, falsificação de documentos públicos e inserção fraudulenta de mandados de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Outros crimes praticados seriam estelionato, extorsão, comercialização de dados sigilosos e induzimento à automutilação.
Prisão
Entre os indícios de que “LUCIFAGE” e Cayo Lucas são, na verdade, a mesma pessoa, há um episódio de fraude em um mandado de prisão. Na ocasião, para cobrar pelo serviço, ele teria disponibilizado uma chave Pix diretamente vinculada ao seu nome civil: Cayo Lucas Rodrigues dos Santos.
“A capacidade demonstrada por Cayo Lucas de invadir, manipular e fraudar sistema de alta segurança, incluindo o malote digital do Poder Judiciário e o Banco Nacional de Mandados de Prisão, revela um grau de periculosidade e de desprezo pelas instituições estatais que transcende a criminalidade comum”, assinala a juíza.
Ainda segundo a magistrada, a prisão do suspeito seria “essencial” para que a investigação “possa avançar de forma segura e eficaz”, evitando destruição de provas, coação de testemunhas e o cometimento de novos crimes.
Na decisão, a juíza cita a “complexidade da organização”, a “pluralidade dos crimes” e a “necessidade de se desvendar toda a rede de ‘laranjas’, comparsas e vítimas”.