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Quem é Cayo Lucas, preso em Olinda, no Grande Recife, suspeito de ameaçar Felca

O homem, de 22 anos, é investigado por supostamente liderar uma organização criminosa digital envolvida em ameaças, extorsões, estelionatos e invasões de dispositivos para falsificação de documentos públicos

Por Felipe Resk

Cayo Lucas foi preso na manhã desta segunda (25)

Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, que foi preso na manhã desta segunda-feira (25), em Olinda, no Grande Recife, é investigado por supostamente liderar uma organização criminosa digital envolvida em ameaças, extorsões, estelionatos e invasões de dispositivos para falsificação de documentos públicos.

O Diario de Pernambuco teve acesso à decisão da juíza Carolina Pereira de Castro, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que determinou a prisão temporária de Cayo Lucas, além da busca e apreensão em três endereços ligados ao suspeito. São alvos das batidas policiais dois locais no Recife e outro em Gravatá, no Agreste.

A investigação começou após uma psicóloga, que participou de um vídeo do youtuber Felca, passar a receber ameaças de morte por e-mail e WhatsApp. Pelo menos uma das mensagens teria sido enviada por Cayo Lucas, que usava os codinomes “LUCIFAGE ou “f4LLEN”. A constatação é do Núcleo de Observação de Análise Digital (NOAD), da Secretaria de Segurança Pública (SPP) paulista, responsável pelo inquérito.

Os investigadores afirmam que o suspeito seria “detentor de conhecimento técnico especializado” e ocuparia uma função “proeminente” em uma organização criminosa, chamada “Country”, que é descrita como “complexa e perigosa”.

Esse grupo estaria por trás de invasões a sistemas governamentais, falsificação de documentos públicos e inserção fraudulenta de mandados de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Outros crimes praticados seriam estelionato, extorsão, comercialização de dados sigilosos e induzimento à automutilação.

Prisão

Entre os indícios de que “LUCIFAGE” e Cayo Lucas são, na verdade, a mesma pessoa, há um episódio de fraude em um mandado de prisão. Na ocasião, para cobrar pelo serviço, ele teria disponibilizado uma chave Pix diretamente vinculada ao seu nome civil: Cayo Lucas Rodrigues dos Santos.

“A capacidade demonstrada por Cayo Lucas de invadir, manipular e fraudar sistema de alta segurança, incluindo o malote digital do Poder Judiciário e o Banco Nacional de Mandados de Prisão, revela um grau de periculosidade e de desprezo pelas instituições estatais que transcende a criminalidade comum”, assinala a juíza.

Ainda segundo a magistrada, a prisão do suspeito seria “essencial” para que a investigação “possa avançar de forma segura e eficaz”, evitando destruição de provas, coação de testemunhas e o cometimento de novos crimes.

Na decisão, a juíza cita a “complexidade da organização”, a “pluralidade dos crimes” e a “necessidade de se desvendar toda a rede de ‘laranjas’, comparsas e vítimas”.