Messias elogia Alcolumbre em meio a tensão após indicação ao STF: "autêntico líder"
De olho no apoio para ser confirmado no STF, advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgou carta aberta endereçada ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre
O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou, nesta segunda-feira (24), uma carta aberta endereçada ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil).
O gesto do AGU busca aliviar a tensão entre o governo e o senador, que defendia a indicação do colega Rodrigo Pacheco (PSD) para a vaga do STF que pertencia ao ministro Luís Roberto Barroso.
Na publicação, Messias se refere a Alcolumbre como “autêntico líder do Congresso Nacional, atento a elevados processos decisórios, em favor de nosso país”, e reitera sua boa relação com o presidente do Senado apesar da divergência quanto à indicação.
“Durante um período significativo de minha carreira, fui acolhido pelo presidente Davi para trabalhar no Senado, onde, próximo aos demais membros daquela Alta Casa Legislativa, aprendi a dimensionar a atividade política como um espaço nobre de definição de rumos e administração de conflitos em nossa sociedade”, escreveu.
“Pude desenvolver uma relação saudável, franca e amigável com o presidente Davi, por quem tenho grande admiração e apreço. Acredito que, juntos, poderemos sempre aprofundar o diálogo e encontrar soluções institucionais que promovam a valorização da política, por intermédio dos melhores princípios da institucionalidade democrática”, acrescentou.
Para assumir a cadeira no STF, Messias precisa ser aprovado em sabatina no Senado Federal, mas Alcolumbre articula nos bastidores para que a indicação seja derrotada no plenário da Câmara Alta. Seria a primeira vez em 131 anos que uma indicação para a suprema corte seria rejeitada pelo Congresso.
A base do governo Lula busca garantir a aprovação de Messias, e o próprio AGU afirmou, na carta, que vai dialogar diretamente com cada parlamentar, “ouvindo atentamente suas preocupações com a Justiça de nosso país e expondo a perspectiva que pretendo, caso aprovado pela Casa, levar ao Supremo Tribunal Federal”.
O nome de Pacheco era defendido não apenas por Pacheco, mas também por ministros do Supremo. De acordo com a Folha de São Paulo, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Flávio Dino teriam proposto a indicação do ex-presidente do Senado em reunião para o presidente Lula em reunião antecedendo o anúncio de Messias.
Mendes e Dino, no entanto, estariam entre os ministros que respeitaram a decisão de Lula, mas Moraes teria ficado inconformado com a escolha de Messias, ficando isolado no STF.