PP afasta ministro dos Esportes por não querer deixar governo Lula
Após ultimato do Partido Progressistas, ministro André Fufuca anunciou na última segunda (6) que permaneceria ao lado do presidente Lula
O Partido Progressistas (PP) determinou, nesta quarta-feira (8), o afastamento do ministro dos Esportes, André Fufuca. A decisão do presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira, é uma retaliação à decisão de Fufuca, anunciada na última segunda-feira (6), de permanecer no governo Lula, contrariando a orientação da legenda.
Como parte da punição, Fufuca também foi afastado do cargo de vice-presidente nacional do partido, assim como do comando do diretório do PP no Maranhão.
“Diante da decisão de desobedecer a orientação do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional. A Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado”, escreveu Nogueira, em nota.
“O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, completou. É especulado que Ciro Nogueira busque a vice-presidência da República em 2026 numa chapa adversária de Lula.
A União Progressista, federação composta pelo PP com o União Brasil, decidiu desembarcar do governo Lula como parte da estratégia para as eleições de 2026. Todos os filiados foram orientados a entregar seus cargos até o final de setembro.
Como Fufuca ainda não havia deixado o comando da pasta até o fim do prazo, Nogueira deu um ultimato e informou que ele deveria entregar o ministério até o dia 7 de outubro. Um dia antes da data limite, ele confirmou sua permanência no governo.
Em evento ao lado do presidente Lula, o ministro dos Esportes chegou a declarar que estava arrependido de ter apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
“Em 2022, eu cometi um erro [apoiar Bolsonaro]. Mas agora em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas minha alma, meu coração, minha força de vontade estarão livres para ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil”, discursou.
O União Brasil também orientou seus quadros a desembarcarem do governo, e assim como Fufuca, o ministro do Turismo, Celso Sabino (UB), ainda não deixou o ministério. O partido deve se reunir para discutir uma punição para Sabino.