Defesa diz que Paulo Sérgio Nogueira atuou de forma ativa para afastar qualquer iniciativa golpista de Bolsonaro

A defesa do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, réu no julgamento do núcleo 1 da trama golpista, afirmou durante sua sustentação oral, nesta quarta-feira (3), que o general atuou de forma ativa para afastar qualquer iniciativa golpista do ex-presidente e também réu, Jair Bolsonaro.

Enquanto as demais defesas são enfáticos em argumentar que a tentativa de golpe não existiu, o advogado Andrew Farias ressaltou que seu cliente "honrou a memória do nosso pacificador Duque de Caxias quando assessorou o presidente da República (Jair Bolsonaro) de que nada podia ser feito diante do resultado das eleições, é o que diz o delator, quando ele se posicionou totalmente contrário a qualquer medida de exceção, quando ele atuou ativamente para demover o presidente da República de qualquer medida nesse sentido".

Segundo Farias, o ex-ministro temia o levantamento e rompimento do Estado democrático de direito, de alguma liderança militar, o que fez seu cliente procurar “unidade contra qualquer medida de exceção” com as Forças Armadas e que todos falassem a “mesma língua” para desconvencer o presidente.

A defesa de Paulo Sérgio ainda argumentou que o réu tinha “responsabilidade” por ocupar o cargo de Ministro da Defesa, mesmo sendo “compreensível” que um comandante da força não quisesse falar do assunto “porque ele está falando para a força dele”.

Na sustentação, Andrew também aponta que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra a tentativa dos próprios integrantes da organização do golpe de depor Nogueira da pasta, uma vez que o mesmo se colocou contrário ao movimento.

"Segundo a própria acusação, membros dessa organização criminosa estavam lutando para retirar do cargo o general Paulo Sérgio e o general Freire Gomes. Como ele fazia parte da organização se estavam lutando para tirar Paulo Sérgio e Freire Gomes?", defendeu.