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Defesa de Bolsonaro reclama de prazo e diz que não conhece a íntegra do processo

Segundo Vilardi, desde sua primeira manifestação, ele tinha solicitado as provas que estão no processo

Por Mariana de Sousa

Celso Sanchez Vilardi, advogado do ex-presidente Bolsonaro

No segundo dia de julgamento do núcleo 1 da trama golpista, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou não ter tido o mesmo tempo de acesso às provas que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

“Temos um conjunto de prova apreendida que ficou à disposição por anos com a PF, que tem um sistema para fazer pesquisa, meios técnicos para saber conversa por palavra, por tema, e pedimos essa prova, mas ela não chegou há tempo”, afirmou Vilardi.

Segundo o advogado, a defesa não teve o tempo de acesso às provas que o MPF e a PF tiveram. “Não tivemos acesso antes da instrução. É a primeira vez que venho à tribuna para dizer que não conheço a íntegra desse processo, o conjunto da prova. São bilhões de documentos. A instrução começou em maio, estamos em setembro, 15 dias de prazo para defesa”.

Segundo Vilardi, desde sua primeira manifestação, ele tinha solicitado as provas que estão no processo. “Eu não nego, aliás, eu já disse isso na primeira sustentação aqui, que as provas eleitas pela Polícia Federal, as provas eleitas pela denúncia foram colocadas nos autos e estão à disposição dessa defesa e de todas as defesas”.

Vilardi ainda aponta que as “provas” disponibilizadas seriam “o recorte de trechos de WhatsApp, conversas de WhatsApp, documentos como um papel, uma agenda, que foram localizados em computadores".

“São milhares de documentos apreendidos na sucessão, porque vamos lembrar que nós não estamos falando de um processo. Esse processo reúne uma sucessão de investigações com buscas, diversas buscas contra dezenas de pessoas, algumas aqui processadas, outras que nem processadas foram”.

De acordo com o advogado, “um conjunto de provas apreendidas, ficaram à disposição por anos com a Polícia Federal, que tem um sistema para fazer pesquisa que tem efetivamente meios técnicos para saber conversa por palavra, por tema e nós pedimos essa prova”, mas que não veio antes do recebimento da denúncia.

“Vossas excelências determinaram que ela deveria vir após o recebimento da denúncia. E ela começou a vir numa terça-feira com a instrução que começaria na segunda. Só para lembrar, a instrução aconteceu entre o dia 19 de maio e o dia 2 de junho”, lembrou a defesa.

O advogado relatou que em “pouco mais de 10 dias”, uma remessa de links da PF começou a ser recebida via e-mail, com o processo ainda em curso.

“Nós tínhamos um interesse especial em receber a prova do general Mário Fernandes, por quê? Por conta do punhal verde e amarelo. Esse era o interesse da prova. Estamos recebendo material e muito material, 70 terabytes. Quando estamos terminando a instrução, no dia 17 de maio, a gente recebeu um e-mail dizendo que tinha uma falha na questão do arquivo do arquivo do general Mário Fernandes.”