China defende importações de petróleo da Rússia
Segundo dados oficiais, as importações chinesas da Rússia em julho foram de 10,06 bilhões de dólares em julho
Após os Estados Unidos terem imposto novas sanções à Índia devido à compra de petróleo russo e do presidente norte-americano Donald Trump ter indicado que a China pode vir a enfrentar tarifas adicionais pela mesma razão, o governo chinês não sinaliza que cederá as pressões de Washington.
A Bloomberg avançou que fontes do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmaram que o gigante asiático continuará a sua cooperação energética internacional de acordo com os interesses nacionais do país e não aceitará imposições externas.
Trump já declarou que essa sanção à China pode acontecer e, além disso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse em entrevista ao canal Fox News que as tarifas sobre o petróleo russo podem estar em cima da mesa em algum momento.
No entanto, o conselheiro presidencial Peter Navarro alertou que mais tarifas contra a China também teriam um impacto negativo na economia norte-americana.
Segundo dados oficiais, as importações chinesas da Rússia em julho foram de 10,06 bilhões de dólares em julho, o mais alto desde março, apesar das importações acumuladas durante este ano se mantenham 7,7% abaixo do mesmo período em 2024.
Mas até agora a relação entre a Casa Branca e Pequim ainda se mantém estável, enquanto negociam uma possível extensão da trégua comercial, que está prestes a expirar. Trump já adiantou esta semana que está próximo de alcançar um acordo que alargaria este entendimento.
Por sua vez, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, o líder chinês Xi Jinping conversou hoje com o presidente russo, Vladimir Putin, para que melhore as relações com Washington para solucionar a crise na Ucrânia. “A China gostaria que a Rússia e os Estados Unidos mantivessem contatos, melhorassem as relações e promovessem uma solução política para a crise na Ucrânia. Xi e Putin concordaram em fazer avançar conjuntamente as relações entre os dois países para um maior desenvolvimento”, noticiou a CCTV.
“Os líderes dos dois países apreciaram muito o elevado nível de confiança política e de cooperação estratégica entre a China e a Rússia. Em relação à Ucrânia, Xi afirmou que não existem soluções simples para questões complexas e que a China continuará a promover a paz e as negociações”, publicou a agência russa TASS.
Depois da reunião entre Putin e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, na quarta-feira (6), dois dias antes de terminar o ultimato que Trump tinha dado a Rússia para suspender os ataques contra a Ucrânia sob pena de enfrentar duras sanções duras, o Kremlin anunciou que ficou acertado a realização de um encontro nos próximos dias entre os dois dirigentes mundiais, que deve acontecer nos Emirados Árabes.