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ONU acusa Israel de matar mais de 1.000 palestinos que buscavam ajuda desde maio

A ONU se recusaa trabalhar com a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), alegando que ela atende a objetivos militares israelenses

Por AFP

Um menino palestino aguarda uma refeição em uma cozinha beneficente na área de Mawasi, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025. O chefe do maior hospital de Gaza disse que 21 crianças morreram de desnutrição e fome no território palestino nos últimos três dias, em meio a um ataque devastador das forças israelenses. (Foto: AFP)

A ONU acusou o Exército israelense nesta terça-feira (22) de matar mais de 1.000 pessoas que tentavam obter ajuda em Gaza desde o final de maio, a grande maioria perto das instalações da fundação GHF, apoiada pelos Estados Unidos e por Israel.

"Mais de 1.000 palestinos foram assassinados pelo Exército israelense enquanto tentavam obter alimentos em Gaza desde que a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) começou a operar", informou à AFP o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A GHF começou a distribuir cestas básicas em 26 de maio, após mais de dois meses de bloqueio imposto por Israel à entrada de qualquer ajuda humanitária e apesar dos alertas sobre o risco de fome.

"Até 21 de julho, registramos 1.054 pessoas mortas em Gaza enquanto tentavam obter alimentos; 766 delas morreram perto das instalações da GHF e 288 perto de comboios de ajuda da ONU e de outras organizações humanitárias", disse o Alto Comissariado para os Direitos Humanos à AFP, afirmando que foi "o Exército israelense" que matou essas pessoas.

"Nossos dados são baseados em informações de diversas fontes confiáveis no local, incluindo equipes médicas, organizações humanitárias e defensores dos direitos humanos", explicou.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em resposta ao ataque do movimento islamista palestino Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023.

A ONU e as principais organizações humanitárias se recusam a trabalhar com a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), alegando que ela atende a objetivos militares israelenses e viola os princípios humanitários fundamentais.