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Orçamento para 69 universidades federais tem corte total de R$ 488 milhões em 2026, diz Andifes

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou nota, informando que o Congresso Nacional promoveu cortes no orçamento das Universidades Federais

Por Ricardo Novelino de C. Pereira

Dinheiro vai para conta no dia 20

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou nota, informando que o Congresso Nacional promoveu cortes no orçamento das Universidades Federais durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026.

De acordo com análise preliminar realizada pela Andifes, divulgada na segunda (22), o orçamento originalmente previsto no PLOA 2026 para as 69 universidades federais sofreu um corte total de R$ 488 milhões.

Segundo a Andifes, isso representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários das instituições.
“Esses cortes incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior”, informou.

Na nota, a entidade manifestou “profunda preocupação” com a redução do orçamento das instituições de ensino superior.

Na segunda (19), em evento no Recife, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que esperava a ampliação do orçamento de universidades federais em 2026.

O ministério disse que enviou ao Congresso Nacional uma proposta de aumento de 43% no repasse de verbas para instituições federais de ensino superior, em relação aos anos anteriores.

O que aconteceu

Ainda segundo a Andifes, o principal problema acontecerá na assistência estudantil, ”área estratégica para a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica”.
A entidade disse que o corte alcançou aproximadamente R$ 100 milhões, o equivalente a uma redução de 7,3%, “comprometendo diretamente a implementação da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), instituída pela Lei nº 14.914/2024, e colocando em risco avanços recentes na democratização do acesso e da permanência no ensino superior público”.

Na avaliação da Andifes, os cortes aprovados “agravam um quadro já crítico”.
“Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra. O quadro se torna ainda mais preocupante diante de cortes semelhantes ocorridos nos orçamentos da Capes e do CNPq”.

Também na nota, a Andifes afirmou que há um “cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e àpermanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A restrição orçamentária também impõe entraves à continuidade do desenvolvimento científico e, portanto, à soberania nacional“.

Por fim, a Andifes disse que “valoriza o diálogo mantido com o Ministério da Educação, que tem demonstrado sensibilidade em relação à gravidade do cenário orçamentário”.
No entanto, reafirma que os cortes aprovados pelo Congresso Nacional “exigem ações imediatas de recomposição, sob pena de comprometer o funcionamento regular das Universidades Federais e limitar o papel estratégico dessas instituições no desenvolvimento científico, social e econômico do país”.

A Andifes ressaltou que “seguirá atuando de forma firme e articulada junto ao Governo Federal e ao Congresso Nacional em defesa da recomposição do orçamento das Universidades Federais e da pesquisa científica nacional, da valorização da educação superior pública e do cumprimento do compromisso constitucional do Estado brasileiro com a ciência, a educação e a redução das desigualdades sociais e regionais”.