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‘Continua orando’: esposa revela últimas mensagens de sargento antes de morrer em megaoperação

Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, foi um dos quatro policiais mortos na operação nos complexos da Penha e do Alemão, considerada a mais letal do Rio

Por Eduarda Soares

O sargento do Bope Heber Carvalho da Fonseca foi um dos quatro policiais mortos durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão

O 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, foi um dos quatro policiais mortos durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Minutos antes de ser atingido, ele trocou mensagens com a esposa que revelam a tensão e a fé nos momentos finais.

Em meio ao tiroteio, a mulher perguntou se o marido estava bem. A resposta veio curta, mas serena: "Estou bem. Continua orando". Foi a última vez que Heber respondeu.

As últimas mensagens e o silêncio
Pouco antes, a esposa havia escrito: "Você tá bem? Deus está te cobrindo. Estou orando". Depois da resposta, o diálogo cessou. As mensagens seguintes mostram o desespero de quem aguardava notícias sem retorno.

"Te amo. Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados. Amor, me dá sinal de vida sempre que puder", escreveu a viúva, antes de fazer várias ligações que não foram atendidas. Às 13h33, 13h34 e 13h36 ela ainda tentou contato, sem sucesso.

Horas depois, publicou nas redes sociais o print da conversa: "E você não falou mais. E agora, o que vou falar para Sofia?".

Viúva desabafa nas redes sociais
Nesta quarta-feira (29), a esposa voltou a se manifestar em uma nova publicação. Ela lembrou que o marido morreu no mês em que a filha pequena do casal faz aniversário.

"Outubro, mês do aniversário da minha filha. E para o resto da vida ela vai lembrar do paizinho dela", escreveu.

Segundo a postagem, Heber costumava repetir uma frase sempre que um colega de farda morria em serviço: "Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos toda vez que perdia um companheiro. Que o dia que acontecesse com ele, estaria fazendo o que mais amava".

Carreira de Heber Fonseca

Heber Fonseca era casado, pai de uma menina e atuava há 14 anos na corporação. Colegas o descreviam como disciplinado, leal e comprometido com a equipe. Assim como o companheiro de tropa Cleiton Serafim Gonçalves, também morto na operação, dedicou a carreira ao Bope e participou de inúmeras ações em áreas de alto risco.

Ambos foram atingidos durante confrontos com criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV). Eles chegaram a ser levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiram aos ferimentos.

A morte de Heber e dos demais policiais ocorreu durante uma das maiores operações integradas do ano no Rio, marcada por intensos confrontos e forte comoção entre familiares e colegas de farda.

As informações são do Estado de Minas.