Pantera Negra: um exemplo de diplomacia, boa política e assistência

Thiago Modenesi
Professor permanente do Mestrado Profissional em Inovação e Desenvolvimento - MPID da UNIFG - Laureate. Professor colaborador do Mestrado Profissional em Gestão Pública para Desenvolvimento do Nordeste - MGP da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Publicado em: 15/03/2018 03:00 Atualizado em: 15/03/2018 09:51

Pantera Negra, último filme da Marvel Studios que adapta o personagem das histórias em quadrinhos para as telas dos cinemas, possui singularidades e pode se tornar o melhor e mais importante filme da franquia.

Em um espetáculo visual, numa mistura de cultura, cores e tecnologia somos apresentados a um país africano que se vende ao mundo como uma nação de terceiro mundo, mas na verdade é um prodígio tecnológico e detentor de muitas riquezas advindas de um metal fictício chamado vibranium.

Não vou aqui dar spoilers do filme, mas sim apresentar que o mesmo consegue de maneira lúdica, funcional e dinâmica fazer vários debates contemporâneos. Na película se faz presente toda a pressão que os Estados Unidos e as grandes nações exercem com sua cultura e sua política bélica internacional para designar o que deveria ser o padrão de democracia para os demais países.

Aqui se abre o debate de como estes devem se relacionar e interagir uns com os problemas dos outros em um mundo globalizado, aonde a complexidade e a simplicidade da efetiva intromissão nos assuntos externos caminham de mãos dadas.

Com presença majoritária e quase exclusiva de negros, com um inglês carregado de sotaque da nação africana, além de músicas e roupas do referido continente, Pantera Negra agrada e apresenta um caminho para uma nação próspera conviver com as demais sem impor sua cultura, mas oferecendo o que tem de melhor, gerando laços de solidariedade e ofertando amparo aos que são ignorados pelos seus próprios governos nas grandes nações.

Vale esperar um pouco após o fim do filme e assistir às famosas cenas pós-créditos das produções Marvel, quem o fizer verá um recado do rei da fictícia Wakanda dado diretamente ao presidente Donald Trump e poderá ver a grandeza do conflito de concepções do que é e do que deveria ser prioridade para cada uma das nações em plena aldeia global do século 21.

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