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Antônio Pitanga e Maeve Jinkings exaltam cinema pernambucano

Antônio Pitanga e Maeve Jinkings foram apresentadores da 3ª edição do Bonito Cinesur — Festival de Cinema Sul-Americano, no Mato Grosso do Sul

Por Andre Guerra

Maeve e Pitanga apresentaram juntos a cerimônia de abertura do Bonito Cinesur

Chegando em sua terceira edição, firmando-se como um dos festivais emergentes mais estimulantes da cena cinematográfica do país, o Bonito Cinesur — Festival de Cinema Sul-Americano começou na última sexta-feira (25), no município sul-mato-grossense, trazendo como apresentadores da cerimônia de abertura o lendário ator e diretor baiano Antônio Pitanga e a atriz radicada pernambucana Maeve Jinkings.

Este ano o festival homenageia a atriz paraguaia Ana Brun, que protagoniza o longa As Herdeiras, de Marcelo Martinessi, grande vencedor do Festival de Gramado em 2018 e exibido na abertura desta edição do Bonito Cinesur, que, até o dia 2 de agosto, exibirá mais de 60 filmes, entre curtas e longas-metragens do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Uruguai, Peru, Paraguai e Venezuela.

Antes da cerimônia que deu início ao evento, Pitanga conversou com exclusividade com o Viver e exaltou a força do cinema pernambucano na história da cultura brasileira. “O cinema pernambucano é uma das coisas mais importantes do Brasil. Eu, que venho do Cinema Novo, vivo há muito tempo essa discussão que envolve Bahie e Pernambuco como expoentes do audiovisual brasileiro”, afirmou.

“Tenho o maior carinho do mundo pelo Cláudio Assis, por exemplo, que fez grandes contribuições para o nosso cinema. E esse momento que a gente está vivendo, com tantos outros trabalhos de alcance em premiações e nas plateias também, representa um conjunto de diretores e olhares que está sendo muito importante para manter vivo esse cinema brasileiro”, prosseguiu o ator.

Pitanga aproveitou a ocasião para lembrar que o cinema do Nordeste, de modo geral, sempre foi um pilar do audiovisual nacional. “Nosso cinema nordestino arroja e ilumina outros movimentos e cineastas por todo o país. Os ventos criativos do Nordeste influenciaram e ainda influenciam várias gerações e toda essa juventude que está aí ativa é a prova disso”, disse, acrescentando ainda o impacto positivo do Bonito Cinesur emergindo nessa cena brasileira. “Um festival como esse aqui, que promove essa união de culturas, do Brasil com a América Latina, é importantíssimo para que esse caldeirão cultural. Nilson Rodrigues, diretor do festival, faz disso um encontro de filmes, seminários, oficinas e conversas que integram países vizinhos para fortalecer nossa discussão”.

Maeve Jinkings, radicada pernambucana e que estrelou produções prestigiadas como Amor, PlásticoBarulho, de Renata Pinheiro, e O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, destacou a importância do cinema de Pernambuco na sua formação de atriz. "Eu descobri o cinema como uma arte colaborativa, como um lugar em que os atores podem também ser autores, através do cinema pernambucano, que está no meu DNA", afirma a atriz.

 

Ela revelou ainda que quase conseguiu figurar no elenco de O Agente Secreto, mas não conseguiu conciliar com sua agenda. "Estava filmando a segunda temporada de DNA do Crime, então tentamos de várias maneiras encontrar um espaço na agenda e infelizmente não deu certo, mas fiquei torcendo demais pelo sucesso do filme, porque Kleber e Emilie são como uma família para mim", ressaltou. "E esse cinema tão pulsante de pernambuco na verdade reflete o momento incrível que nossa cinematografia está vivendo, com o Gabriel Mascaro premiado em Berlim com O Último Azul e, claro, nosso primeiro Oscar com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Temos que aproveitar o máximo possível dessa fase".