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Em carta, Zeca Baleiro defende o FIG e critica prefeito: "Palco é para shows, não para discursos"

O cantor Zeca Baleiro se apresentou no 33º Festival de Inverno de Garanhuns no último sábado (12), quando sugeriu ajustes na estrutura do palco. Logo após, o prefeito Sivaldo Albino (PSB) subiu ao palco e rebateu o músico com críticas.

Por Camila Estephania

Zeca Baleiro se apresentou na terceira noite do 33º Festival de Inverno de Garanhuns, que aconteceu no último sábado (10).

Na última segunda-feira (14), o cantor maranhense Zeca Baleiro usou seu perfil no Instagram para responder ao prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), após troca de críticas durante o 33º Festival de Inverno de Garanhuns. No pronunciamento, o artista reafirma que a configuração do palco do evento “é ruim e discriminatória”, como havia indicado durante sua apresentação no local, no último sábado (12).

O post segue com novas queixas sobre a produção do evento, feita pela Prefeitura de Garanhuns, ao dizer que “o som é péssimo” e “o palco é para shows de música, não para discursos políticos”.

As observações são destacadas após o gestor municipal ter subido ao palco durante o show do rapper Hungria, que se apresentou logo depois de Baleiro, para dizer que “artista que não consegue andar para ficar perto do público, não dá pra estar tocando”.

A declaração foi uma resposta à sugestão que o maranhense havia feito pouco antes, quando pediu que a organização do 33º FIG diminuísse o espaço da passarela do palco e da área vip para que o público geral ficasse mais perto dos artistas.

Na nota publicada no Instagram, o músico reforça que a passarela é “inexplicável” e deixa os artistas muito distantes dos fãs de verdade, que ficam atrás de um gradil “segregador”.

“Espetáculo frio”

“Para o artista fica frio o espetáculo, não há troca possível, e para o público fica desconfortável”, disse Baleiro no pronunciamento. O músico ainda alega que o seu ponto de vista é reiterado por comentários que leu nas redes sociais após o show. “‘O som é ruim, mal te ouvíamos’; ou ‘não privatizem o FIG’; ou ‘você e a banda estavam muito longe de nós’; ou ‘aquela passarela tinha nada a ver’”, apontou, citando algumas respostas que viu em postagens sobre o episódio.

Apesar das críticas, o cantor agradece ao prefeito Sivaldo Albino e à secretária de Cultura, Sandra Albino, pelo convite para tocar no 33º FIG. Baleiro afirma que o evento é histórico no calendário cultural brasileiro e que o considera importante por prezar pela diversidade cultural da sua programação.

Em respeito à reputação do evento, o artista sugere, mais uma vez, que a produção do FIG mude a configuração do palco e não economize no som dos palcos. “Se o festival pode pagar grandes cachês a artistas superpopulares, certamente também pode viabilizar um som ultraprofissional, até como forma de respeitar o trabalho dos artistas convidados”, ponderou ele.

Baleiro ainda ressaltou que Albino, enquanto integrante do Partida Socialista Brasileiro (PSB) deve dar atenção aos interesses do público, prioritariamente. “‘Social’ alude à comunidade como um todo, e não apenas aos interesses de apenas alguns ricos patrocinadores”, finalizou.