Oficina de dança conecta corpo e meio ambiente
Conduzido pelas artistas pesquisadoras Isabela Severi e Lane Luz, projeto traz atividades gratuitas nos dias 16, 23 e 30 de julho, na galeria MauMau, no Espinheiro
Estão abertas a partir de hoje, até o dia 12 de julho, as inscrições para a oficina 'Corpo – Ambiente em fluxo e suas ecologias-afetivas em movimentos', proposta voltada para artistas de dança e/ou do teatro que integra o projeto Corpo território entre, idealizado pelas artistas e pesquisadoras pernambucanas Isabela Severi e Lane Luz.
Programadas para os dias 16, 23 e 30 de julho, das 9h às 12h, na galeria MauMau, no Espinheiro, as atividades são gratuitas e as inscrições podem ser feitas por meio do formulário disponível nas redes sociais das artistas e do projeto. O encontro propõe experimentar as relações entre movimento, natureza e coletividade, a partir de uma abordagem que atravessa arte, cuidado e ecologia.
“Essa fase ‘água’ da pesquisa traz o contato com o mar e suas ecologias, principalmente o fundo do mar - este útero profundo, mítico e imenso ao qual seguimos conectadas através de nossa memória celular, de nossos corpos e símbolos. Do mar viemos e é para lá que vamos, mas, infelizmente, nos desvinculamos desse saber", explicam as idealizadoras.
"Seja a partir do encontro com esse território, seja pelo encontro com as existências que ali habitam, acho que essa pesquisa traz para a gente a possibilidade de estarmos em contato com outros modos de construir e produzir conhecimento. Como a pesquisa tem um momento de imersão em Itamaracá, mais precisamente com o grupo das Marisqueiras Unidas da Ilha, mulheres que têm os seus corpos atravessados pelo mar - suas potências, ritmos, vínculos - sinto que vamos aprender com modos de vida mais imbricados com o ambiente a que vivem", completam Isabela Severi e Lane Luz.
Gabi Holanda destaca que a oficina propõe uma formação em ecoperformance com foco nos atravessamentos entre corpo, ambiente e os múltiplos sentidos das águas. "A partir da investigação dos fluidos corporais e da materialidade da água como matriz de criação, os participantes são convidados a acessar memórias aquáticas ancestrais, refletindo sobre os campos míticos, afetivos e políticos que envolvem as águas. Como criar a partir de um corpo movido por marés internas? Como escutar os rios que atravessam a pele, o território e a história? Essas são algumas das perguntas que atravessam as práticas da oficina", afirma.