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Cobertura vacinal ainda é desafio na luta contra as hepatites virais em Pernambuco

As hepatites virais são infecções causadas pelos vírus A, B, C, D e E, que podem evoluir para quadros graves, como cirrose hepática e câncer de fígado

Por Diario de Pernambuco

Entre os imunizantes em falta, destacam-se varicela (catapora), tetraviral, hepatite A e dengue

Com o mês de julho voltado à prevenção e conscientização das hepatites virais, os dados de cobertura vacinal em Pernambuco indicam avanços, mas também revelam a necessidade de ampliação das estratégias de imunização. Atualmente, o Estado registra cobertura de 82,4% para a vacina contra a Hepatite A e de 81% para recém-nascidos vacinados contra a Hepatite B — percentual que sobe para 86,9% entre os menores de 1 ano de idade. Ainda assim, os números estão aquém da meta de eliminação das hepatites como problema de saúde pública até 2030, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As hepatites virais são infecções causadas pelos vírus A, B, C, D e E, que podem evoluir para quadros graves, como cirrose hepática e câncer de fígado. Os sintomas incluem cansaço, febre, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, além de alterações na cor da urina e das fezes. Em alusão ao Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) promoverá um diálogo ao vivo no canal da Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco no YouTube, no dia 29, abordando o enfrentamento das hepatites na atenção primária.

A vacinação segue como principal estratégia de prevenção, especialmente para os tipos A e B. No caso da Hepatite A, a imunização é indicada para crianças de 15 meses a menores de 5 anos, além de pessoas com imunodeficiências e usuários da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). Já a vacina contra a Hepatite B deve ser administrada nas primeiras 24 horas de vida e está disponível para todas as idades no Sistema Único de Saúde (SUS), em esquema de três a quatro doses.

“As vacinas são eficazes e seguras. A prevenção ainda é a melhor solução”, reforça o médico infectologista e coordenador médico da SES-PE, Lucas Caheté. Ele também orienta sobre outras medidas preventivas: “Usem preservativos e evitem compartilhar objetos de uso pessoal como lâminas e aparelhos de barbear.”

Para os tipos C, D e E, ainda não há vacinas disponíveis. A Hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue contaminado, podendo também ocorrer em relações sexuais sem proteção. Já a Hepatite D mais frequente na região amazônica só infecta pessoas já contaminadas pela Hepatite B. A Hepatite E, por sua vez, costuma ter evolução benigna e também não conta com vacina.

A população pernambucana pode acessar gratuitamente os testes rápidos para Hepatites B e C nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. Atualmente, o Estado conta com 33 CTA, sob gestão municipal, instalados nas cidades-sede das Gerências Regionais de Saúde (Geres).