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Protesto na Via Mangue, saiba o que motivou moradores locais a interditar a via

Moradores da comunidade Beira Rio, no Pina, Zona Sul do Recife, denunciam suposta truculência policial cometidas por policiais da Rocam. Uma mãe, identificada apenas como integrante da comunidade, afirmou que sua filha gestante e seu genro foram retirados de cas

Por Mareu Araújo

Protesto na Via Mangue

Moradores da comunidade Beira Rio, no Pina, Zona Sul do Recife, realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (3) para denunciar um suposto caso de truculência policial contra residentes locais. O protesto fechou, por mais de uma hora, a Via Mangue importante via que liga a Boa Viagem e a vizinhança ao centro do Recife.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, uma mãe da comunidade, não identificada, relatou que sua filha e seu genro foram retirados de casa e levados por policiais militares na manhã desta quinta. “Eles invadiram a casa de minha filha, gestante, e de meu genro quando eles ainda estavam dormindo”, relatou. A prisão do casal, segundo os policiais, aconteceu por desacato, desobediência, calúnia e resistência.

Revoltados, os moradores realizaram o ato para denunciar a truculência policial contra a comunidade, que segundo eles, vem sendo cometida, rotineiramente, por policiais da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta). Eles denunciam que policiais da Rocam invadem suas casas, subtraem objetos pessoais e levam dinheiro.

“Eles chegam sem motivo, entram na favela de moto, na maior velocidade. Não querem saber se tem criança brincando na rua, nem trabalhador, nem nada”, afirma C.G, de 22 anos, funcionário de um restaurante.

Ele mora na Comunidade Beira Rio há dois anos e conta que já viu amigos próximos serem agredidos por policiais. “O problema da polícia é que chegam em nossa casa achando que somos bandidos. Ninguém aqui é bandido não. Tem pai de família e gente trabalhadora”, diz. Segundo ele, os oficiais revistam de manhã e à noite quem entra e quem sai da comunidade. “Os mesmos que deveriam nos passar segurança, são os que botam medo na favela”, afirma.

Sobre fazer a denúncia à Corregedoria, o sushiman diz que os próprios oficiais afirmam “que não vai dar em nada”. Como eles mesmos dizem: “eu sou a autoridade!”.

Por meio de nota, a Polícia Militar de Pernambuco disse que o protesto teria acontecido por conta da prisão de um casal por desacato, desobediência, calúnia e resistência, durante rondas ostensivas no local. "O casal, que resistiu a abordagem policial, ainda incitou a população contra o efetivo, tentando resgatar a mulher dos policiais".

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Defesa Social (SDS) não se pronunciou até o momento.