Fiscalização intensiva visa reduzir sinistros em pontos críticos do Recife
Ação integra dados de diferentes órgãos e aposta na presença estratégica de agentes para inibir comportamentos de risco nas vias da capital
Dez pontos críticos de sinistros de CTTU, Samu, Corpo de Bombeiros e das secretarias municipal e estadual de Saúde. Recife é uma das poucas capitais do país que consegue integrar esses dados de maneira estruturada, cruzando informações sobre horário, local, tipo de vítima e outros elementos essenciais para entender a dinâmica dos acidentes. “É uma análise minuciosa, que leva em conta tanto os dados técnicos quanto a experiência dos profissionais que vivenciam o trânsito diariamente”, detalha Correia.
A intensificação da fiscalização terá foco prioritário em comportamentos de alto risco, como o excesso e a inadequação da velocidade. Mas outros fatores também preocupam. “A ausência de capacete entre motociclistas, o não uso do cinto de segurança, especialmente no banco de trás, a combinação de álcool e direção, o uso de celular ao volante e o transporte inseguro de crianças são problemas recorrentes que colocam vidas em risco todos os dias”, alerta.
A avaliação dos resultados será contínua. Segundo Correia, os indicadores serão monitorados mensalmente e poderão resultar em ajustes de rota. “Vamos observar os dados antes e depois da intervenção, mas também vamos escutar os profissionais da área, fazer observações em campo e, se necessário, realizar ações educativas ou de engenharia no local. O objetivo é entender o problema e propor soluções efetivas”, destaca.
A fiscalização é apenas um dos pilares da segurança viária, que também inclui educação, engenharia e análise de dados. A articulação entre essas áreas é essencial para mudanças duradouras. “Nenhum desses pilares caminha sozinho. É como uma engrenagem. Se um deles falha, o sistema todo perde eficiência. E, mais do que isso, é preciso que a sociedade participe desse processo. A segurança no trânsito é uma responsabilidade coletiva”, reitera.
A BIGRS e a CTTU também descartam que existam padrões regionais muito distintos entre as zonas da cidade. “O comportamento inseguro está espalhado. O problema é da cidade inteira, e a estratégia de fiscalização parte dessa premissa. O importante é que estamos agindo antes que os números piorem”, finaliza Correia.