Autorizado a plantar maconha, homem "exagera" e monta fábrica clandestina de derivados

A polícia pernambucana desmontou uma fábrica clandestina de derivados de maconha e prendeu o proprietário por tráfico de drogas, em Camaragibe, no Grande Recife.

O dono das estufas tinha autorização judicial para fazer o plantio da cannabis para fins medicinais.

No entanto, segundo a Polícia Civil, "exagerou" e montou uma estrutura 90% maior do que o previsto nessa norma.

Em entrevista coletiva concedida, nesta quinta (5), na sede da Polícia Militar, no Recife, os investigadores detalharam a atuação do suspeito.

Ainda segundo a polícia, a ação aconteceu na terça (3) e foi deflagrada por equipes da 3ª Delegacia de Polícia da Repressão ao Narcotráfico e do Batalhão de Radiopatrulha, da Polícia Militar.

"Exagero"

A polícia disse que o homem tinha autorização judicial para cultivo restrito de cannabis.

A norma apontava um limite de plantio em uma área de até cinco metros quadrados.

Deveria usar, no máximo, nove vasos de 7,5 litros por metro quadrado, "exclusivamente para fins medicinais".

Ao chegar ao local, os policiais encontraram duas grandes estufas com estrutura "incompatível com a autorização judicial".

Na área externa, disse a polícia, havia uma estufa com 41 pés de maconha, com plantas que ultrapassavam dois metros de altura.

Na residência, os policiais encontraram uma estufa climatizada e iluminada, contendo mais 114 pés da planta.

Em outro cômodo da casa, que estava sendo preparado para se tornar uma terceira estufa, foram encontrados milhares de potes para armazenamento de canabidiol (CBD).

Havia, ainda, pipetas, prensas elétricas, equipamentos de controle de temperatura, entre outros materiais utilizados para a produção em larga escala da substância.

Além disso, mais de 10 litros de canabidiol já processado foram apreendidos no local.

Apreensões

Segundo laudo pericial preliminar, a operação resultou na apreensão de mais de 70 quilos de maconha.

"Diante do flagrante, o homem foi autuado por tráfico de drogas, tendo em vista que extrapolou em mais de 90% os limites estabelecidos judicialmente para cultivo pessoal e montou uma verdadeira fábrica clandestina de produção de derivados da cannabis", disse a polícia.